Entrevista

Eduardo Leal: “Nos últimos quatro anos, investimos 4 milhões de euros em Leiria, Fátima e Marinha Grande”

3 dez 2020 14:12

O empresário gere cinco restaurantes McDonald's em regime de franchising, entre eles o drive que mais dinheiro arrecadou em Portugal no ano passado

De onde vêm os hambúrgueres que são servidos nos restaurantes McDonald’s em Leiria?
Hoje em dia uma parte significativa dos produtos que constituem os hambúrgueres, nomeadamente a carne, as verduras, os molhos, são de produção nacional. A fábrica das carnes, quer de vaca quer de frango, é uma unidade em Madrid. O hambúrguer vem congelado e portanto no restaurante é condimentar e montar a sandes. Montamos o hambúrguer de cada cliente na hora.

São muito grandes as exigências de segurança alimentar?
Sempre foram. Na McDonald's temos procedimentos e regras que cumprimos escrupulosamente, temos formação de todo o pessoal, temos um processo permanente e contínuo quer do departamento de qualidade da McDonald's Portugal, quer de laboratórios e empresas independentes que nos fazem auditorias, quer a nível interno, nomeadamente, no meu grupo [baptizado com as iniciais ESL], onde tenho uma engenheira que faz auditorias permanentes nos meus restaurantes para termos a certeza que cada vez conseguimos ter um padrão de segurança alimentar maior. Fazemos um trabalho excepcionalmente sério que nos dá uma enorme confiança. Sinto-me particularmente orgulhoso do controlo de lavagem de mãos que desenvolvemos. A lavagem de mãos é feita de meia em meia hora e nós aqui [em Leiria] desenvolvemos um sistema biométrico de controlo de lavagem de mãos que depois foi adoptado a nível nacional. Temos um ecrã onde permanentemente temos informação se algum funcionário ainda não cumpriu.

O que mais o surpreendeu na evolução dos restaurantes McDonald's desde que se tornou franquiado em Leiria, há 23 anos?
Dizerem-me – já não digo quando comecei na McDonald's, mas há 10 anos, se calhar há seis – que 90 por cento do nosso serviço do cliente na sala era serviço à mesa, era portanto levarmos a refeição ao cliente, em que o cliente, nas horas de maior movimento, não tinha de passar por filas em frente ao balcão, em que fazia o seu pedido [nos quiosques electrónicos], fazia o seu pagamento, ia-se sentar e levavam-lhe a comida, isto era algo que para mim era impensável. Desde a produção até ao serviço, todos os nossos procedimentos foram revistos. E continuamos. Seremos dos primeiros países a ter mobile ordering [encomenda à distância através de dispositivos móveis].

Os restaurantes que gere têm estado entre os pioneiros dentro do grupo McDonald's Portugal?
A força do grupo McDonald's passa muito por isso e o maior exemplo de todos, histórico, é o Big Mac, um produto inventado por um franquiado. A contribuição de todos os franquiados para o sistema é decisiva. Nós [Leiria] fomos o primeiro restaurante em Portugal certificado pela ISO 14001 [norma de gestão ambiental]. Hoje em dia, toda a cadeia McDonald's em Portugal é certificada. Foi algo que começou aqui.

Como imagina o restaurante do futuro?
O telemóvel é o centro da nossa vida e particularmente das gerações mais novas, portanto, vai ter um papel. Claramente, é uma das oportunidades que temos. As outras, também já concretizadas, passam pelo delivery [entrega ao domicílio], que neste ambiente de pandemia tem sido uma plataforma de vendas importante. No futuro imediato, são estes os caminhos. Sermos mais convenientes. A conveniência é muito importante no nosso negócio.

Os brinquedos em plástico vão ser descontinuados?
Temos agora uma campanha muito boa de promoção de hábitos de leitura. As crianças, querendo, têm histórias disponíveis para substituir o brinquedo. Já não usamos palhinhas e as palhinhas que temos, quando o cliente pede, são em papel. Estamos conscientes que pela nossa dimensão temos de conseguir dar o exemplo. São projectos desenvolvidos pela McDonald's a nível mundial. É também um compromisso mundial da McDonald's um investimento significativo em termos do packaging [embalagem] no sentido de tentarmos ter soluções mais amigas do ambiente.

A marca desde o início se tentou adaptar ao gosto português com sopas, café servido em chávena e mais recentemente a bifana e o prego [actualmente fora da ementa]. Que impacto tem no negócio este esforço que também inclui a maçã de Alcobaça?
A sopa, a maçã de Alcobaça, os palitos de cenoura baby, o hambúrguer vegetariano, vários outros produtos, são importantes por duas vias. Primeiro, porque nos permitem chegar a uma clientela. E, depois, porque sentimos que a sociedade, o nosso consumidor, é que dita por onde vamos.

A opção Veggie já tem um peso interessante ou ainda é residual?
Ainda é um hambúrguer residual mas como sabe cada vez mais há produtos idênticos à carne feitos com base vegetal e nós temos também já parcerias. Já estão a ser testados nos Estados Unidos produtos desta proveniência. Não pensamos que o hambúrguer de carne de vaca vá sair do negócio, agora, podemos ter experiências para clientes que não querem carne de vaca poderem comer um Big Mac sem carne de vaca e saber ao mesmo. Não perderem a grande experiência que é comer um Big Mac pelo facto de serem vegetarianos. É esse o grande objectivo.

Quanto custa abrir um novo restaurante McDonald's em regime de franchising?
O investimento é entre os 600 mil euros e 1 milhão e pouco. Dependendo da dimens

Este conteúdo é exclusivo para assinantes

Sabia que pode ser assinante do JORNAL DE LEIRIA por 5 cêntimos por dia?

Não perca a oportunidade de ter nas suas mãos e sem restrições o retrato diário do que se passa em Leiria. Junte-se a nós e dê o seu apoio ao jornalismo de referência do Jornal de Leiria. Torne-se nosso assinante.

Já é assinante? Inicie aqui
ASSINE JÁ