A opinião pública valoriza as queixas dos profissionais da Cultura, que estão entre os mais prejudicados pela pandemia?
É difícil responder, porque acho que as pessoas não valorizam e não ouvem a voz dos profissionais da Cultura. E por isso é que é difícil, porque é uma pergunta um bocadinho triste de responder. Por um lado, Portugal, como país, carece de resposta a questões estruturais que muitas pessoas sentem no seu dia a dia. Algo tão brutal como esta pandemia afecta a vida das pessoas de forma profunda: não ter dinheiro para pagar a renda, não ter dinheiro para ir ao supermercado, estar na iminência de perder o emprego e não saber o que fazer. Depois, há uma questão de fundo: para muitas pessoas, mesmo muitas, a Cultura não é um bem essencial. E nota-se isto, também, do ponto de vista das políticas públicas, porque, quando se fazem os confinamentos e os desconfinamentos, nós vemos como a Cultura é dos primeiros sectores a fechar e dos últimos a abrir.
Podia ter sido diferente?
Sim, podia. Faltou ao Ministério da Cultura robustez e visão. Entretanto, com este segundo confinamento, houve a esperança de que as medidas de emergência propostas pelo Ministério pudessem dar resposta, mas ...
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