Entrevista

Entrevista | José Pereira dos Santos: “Sou muito diferente do Dr. Sales porque penso pela minha cabeça”

1 mar 2018 00:00

O advogado avança para a liderança da federação distrital do PS por entender que a estrutura está “podre” e precisa de uma “renovação completa”.

Maria Anabela Silva

Escolheu para lema da sua candidatura Os militantes e o PS em primeiro lugar. Porquê?

Porque quem está em primeiro lugar são os militantes e não o candidato. Nos últimos 20 anos, no PS de Leiria aconteceu, precisamente, o contrário. Em primeiro plano estiveram sempre os interesses dos dirigentes. Estou neste projecto por ideologia. Sou verdadeiramente socialista e gostaria que esta ideologia, que entendo como progressista, aumente a sua influência no distrito. E isso só se consegue trazendo massa crítica para o partido. Quero renovar ou, quase diria, refundar o PS no distrito.

Se ganhar, quais serão as prioridades?

Reestruturar e reorganizar o partido. Há problemas gravíssimos de falta de financiamento nas concelhias. Há militantes a pagar electricidade do seu bolso. Uma concelhia quer instalar- -se na sua sede, mas, como o PS tem dívidas à EDP, não lhe ligam a luz. Terei de começar por estes problemas, de certa forma comezinhos, que fazem a vida difícil às várias secções.

Foi abordado por António Sales para integrar a sua candidatura. Por que é que recusou?

Porque sou contra as falsas unidades. Ideologicamente não tenho nada a ver com o Dr. Sales. Tenho uma preparação ideológica completamente diferente, mais à esquerda e mais profunda. Ele abandonou quase todas as concelhias nas últimas autárquicas e limita-se a cavalgar a onda de sucesso do PS a nível nacional. Nas últimas autárquicas, o PS teve no distrito o quarto pior resultado a nível nacional e nas legislativas foi mesmo o pior do País.

Ao contrário de si, João Paulo Pedrosa desistiu de uma candidatura própria para a integrar a lista do actual presidente. Como vê o acordo entre os dois?

A intenção inicial de João Paulo Pedrosa, que anteriormente esteve com António Sales, de avançar com uma candidatura significa que o presidente da federação não conseguiu consolidar a sua base de apoio. Por outro lado, essa base precisa de poder. João Paulo Pedrosa vê, em caso de vitória dessa candidatura, hipóteses de continuar a ter poder. Há ainda um terceiro interveniente: José Miguel Medeiros, que também integra a lista. Os três lideraram a federação nos últimos 20 anos. Com os mesmos ingredientes e com a mesma receita, não podemos esperar resultados diferentes. Se ganhar a minha candidatura, teremos uma renovação completa do partido.

O que distingue a sua candidatura da adversária?

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