Entrevista

Octávio Mateus, paleontólogo: “Somos o país com mais espécies de dinossauros por quilómetro quadrado”

10 mar 2022 10:49

Para o presidente da Sociedade Portuguesa de Paleontologia, urge avançar com uma nova lei para evitar que este nosso património continue a saque

Octávio Mateus
Daniela Franco Sousa
Daniela Franco Sousa

O bichinho da Paleontologia picou-o em muito tenra idade…
Os meus pais são os fundadores do Museu da Lourinhã, estavam muito despertos para as questões da Arqueologia, da História e da Pré-história, também da Etnografia. Mesmo antes de existir o Museu da Lourinhã, já estavam despertos para isso. Desde que me lembro, ia para o campo com eles à procura de fósseis e de peças de Arqueologia. A minha primeira saída de campo, já digna de nota, foi um acampamento que fizemos de Espeleologia, no Planalto da Cesaredas, para explorar grutas. Eu tinha uns 4 ou 5 anos. Tenho fotografias muito giras, minhas e do meu irmão, de capacetes.

O seu irmão, Simão Mateus, também seguiu profissão idêntica. É director científico do Dino Parque da Lourinhã. A avaliar pelo caso da vossa família, Paleontologia parece ser uma área de grande empregabilidade.
Sim. Por acaso é. Os números não são muito grandes, porque são poucos os formandos em Paleontologia. Nem sequer existe licenciatura, só mestrado. A Universidade Nova de Lisboa tem o único mestrado em Paleontologia do País, em colaboração com a Universidade de Évora, e da última vez que fizemos uma estatística acerca da situação dos nossos estudantes, não encontrámos um único desempregado. Estavam já a trabalhar ou tinham avançado para doutoramento. E 74% estavam ligados à Paleontologia.

Quais são as características diferenciadoras no DNA de um cientista?
O cientista, paleontólogo ou não, tem de ser curioso em aprender mais sobre o que o rodeia, tem de ser trabalhador e tem de ter uma certa disciplina, porque não é um trabalho ‘das nove às cinco’. Tem de ser uma pessoa

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