Nasceu em Alcobaça, mas, com sete anos, mudou-se para Leiria, onde estudou até ir para a universidade. Em que momento tomou consciência da realidade opressiva que se vivia?
A partir da adolescência, por influência de colegas e professores. O Liceu de Leiria foi um momento extraordinário de acesso a uma leitura crítica da realidade. Presto, sobretudo, homenagem àqueles professores que me ajudaram a estimular a observação crítica da realidade e o espírito de inconformismo. A literatura também teve um papel muito importante. Durante três anos, estive à frente do jornal do Liceu, o Despertar, que tinha sido dirigido por Guilherme Valente, e isso levou-me a ler muito, para me inteirar sobre vários assuntos. A consciência política foi-se formado, sobretudo, na escola e no seio dos amigos. Em casa, havia uma enorme despolitização decorrente de todos os mecanismos de intimidação.
É na universidade que se envolve em acções mais directas de oposição ao regime.
Acontece no início da faculdade e no quadro do movimento estudantil, em Lisboa. Mas nunca teria assumido a integração nesse movimento e o desempenho de actividades nesse quadro sem a preparação que levava do Liceu de Leiria.
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