Entrevista

Entrevista | Rui Pedrosa: “o País tem de crescer suportado no conhecimento e na inovação”

12 abr 2018 00:00

O presidente do Politécnico de Leiria, recentemente eleito, defende a valorização do ensino superior.

A queda demográfica é um problema para todos. Qual a estratégia do IPL para inverter esta tendência?
É assustador quando vemos que um País em 18 anos passou de 120 mil nascimentos para pouco mais de 80 mil. Perdemos 40 mil nascimentos e isso tem impacto a todos os níveis, desde logo na sustentabilidade do País e das regiões e, naturalmente, das instituições de ensino superior. Temos de valorizar o ensino superior e fazer perceber à sociedade que o nosso País tem de crescer suportado no conhecimento, na inovação e que isso se consegue com uma aposta no ensino superior. Tem de se mostrar que vale a pena estudar e que as pessoas que fazem licenciaturas, mestrados ou doutoramentos têm emprego qualificado melhor remunerado. Portanto, temos de trabalhar na valorização de conhecimento. Isto permite fazer com que haja mais candidaturas ao ensino superior. Temos que gerar melhores condições para que os alunos que estão no ensino profissional também possam chegar ao ensino superior. Depois, naturalmente, há que apostar na internacionalização. Temos feito um trabalho que já é muito relevante. Actualmente, aproximadamente 10% dos nossos estudantes têm nacionalidade estrangeira, já mais de 500 são estudantes internacionais e temos muita mobilidade. Temos que reforçar esta capacidade de internacionalização, porque o conhecimento é global e a multiculturalidade é um factor determinante no crescimento da sociedade, mas também nas instituições de ensino superior e das pessoas enquanto cidadãos do mundo. Pensar na internacionalização é pensar na multiculturalidade. Neste momento temos 65 nacionalidades diferentes no IPL. Há que pensar na captação de estudantes internacionais dos PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa], da América Latina, da Ásia e dos países de Leste, em locais onde estas questões demográficas não existem e onde existe muito talento. Há que atrair esses estudantes internacionais pensando que uma parte deles pode fixar-se neste território e ajudar ao seu crescimento e sustentabilidade. Muitos vão regressar e ajudar no desenvolvimento dos seus países, mas serão embaixadores para as relações diplomáticas, comerciais, de Portugal e da região de Leiria. A internacionalização é absolutamente fundamental e vai continuar a ser uma aposta grande do Politécnico de Leiria.

Tem sido desenvolvida uma política de protocolos com o Equador. Que outros acordos tem e que retorno financeiro traz para a instituição?
Temos colaboração com múltiplos continentes e países. O protocolo com o Governo do Equador tem sido um sucesso e é naturalmente para continuar. Só a título de exemplo, estam

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