Entrevista

Francisco Dias: "O turismo tem as costas largas. Está muito politizado, indevidamente”

22 set 2022 09:54

Para o coordenador do Observatório do Turismo Sustentável do Centro de Portugal, a falta de recursos humanos no sector não se resolve pela “importação de imigrantes para tapar buracos”

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Ricardo Graça
Daniela Franco Sousa

Que contributo presta o festival ART& TUR e os vídeos sobre turismo para a dinamização do sector?

Em 2014 a Google publicou um estudo de acordo com o qual 65% das pessoas, quando escolhem uma viagem, vêem vídeos. Quando escolhem destinos vêem vídeos, quando escolhem um hotel também procuram vídeos. Ou seja, o vídeo é um indutor da tomada de decisão. E cada vez mais. Se em 2014 era verdade, agora é muito mais verdade. A dependência do marketing turístico ao digital aumentou. No digital, o vídeo é preponderante. Portanto, quem não entende ainda a importância do vídeo na promoção do turismo…

Está fora…

Devia estar fora. Mas alguns deles ainda estão dentro. E o festival existe para criar referências de qualidade na promoção turística audiovisual. E com isso consegue melhorar a qualidade global do sistema, porque trabalhamos à escala global. O nosso júri é composto por pessoas de 17 países de quatro continentes, os filmes vêm de todo o mundo. O júri é totalmente autónomo nas suas decisões em relação a nós, que somos da direcção. É interessante ver a dinâmica de inovação que o próprio festival induz nos participantes. E não estamos sós, porque o festival faz parte de uma rede mundial de festivais. Somos uma espécie de veículo de melhoria da qualidade da promoção turística. E apoiamos valores do turismo, da sustentabilidade, do património, etc. Não somos neutros.

Dados do INE demonstram que Julho de 2022 foi o melhor de sempre para o turismo nacional.

Tem havido uma melhoria, um aumento de turistas. Mas, mais do que isso, tem havido um aumento da receita. Há uma década falava-se do aumento do número de turistas. Mas às vezes isso fazia-se acompanhar por uma redução da receita. Agora não. A receita está a evoluir a um ritmo superior ao fluxo de turistas. As regiões do interior de Portugal também

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