As notícias conhecidas nos últimos anos sobre fenómenos aéreos representam um ponto de viragem?
Pelo facto de haver mais atenção por parte dos mainstream media [os principais meios de comunicação]. Nesse aspecto, sim. Ou seja, neste momento, nos Estados Unidos, onde sempre o fenómeno foi tratado com leviandade, com ridicularização, com muita desinformação, temos o New York Times, o Washington Post e o Politico a falar sobre OVNIS [objectos voadores não identificados]. Em 16 de Dezembro de 2017 foi publicada no New York Times uma notícia, Glowing Auras and Black Money, basicamente a confirmar que o Pentágono tinha tido um programa que estudava o fenómeno OVNI, que decorreu entre 2007 e 2012. E que tinha tido um orçamento de 22 milhões de dólares, atribuído pelo Congresso. Foram dados a conhecer três vídeos, que a Marinha confirma, numa notícia recente, de inícios de Setembro, que são reais [fala de fenómenos aéreos não identificados]. Mais: na altura, foi entrevistado, pela CNN, o comandante David Fravor, que fazia parte da Força Aérea americana e viu com os próprios olhos os objectos, em 2004, enquanto estavam a decorrer exercícios militares ao largo de San Diego. Objectos que constantemente se intrometem nos exercícios, que têm acelerações brutais, que se infiltram em espaço aéreo altamente sensitivo. E depois, em 2015, volta a acontecer, com manobras que eles não conseguiam perceber.
Como é que encara o interesse do New York Times, do Washington Post?
Mostra uma alteração da percepção dos mainstream media. O tema dos OVNIS passou do ridículo a um assunto potencialmente sério. E esperam- se novos desenvolvimentos durante as próximas semanas. Agora, puxando um bocadinho atrás, em Maio de 2017, o Robert Bigelow, que é um magnata norte-americano, fornecedor de equipamentos para a NASA, diz, numa entrevista na CBS, no 60 Minutes, que acredita que o planeta Terra já foi visitado. E depois, em Outubro, o Tom Delonge, que é o vocalista dos extintos Blink-182, reunido com uma série de outras personalidades, dá a conhecer o To The Stars Academy of Arts and Science. Este projecto vem criar uma nova pressão para a divulgação de mais documentação, e, mais, engloba uma série de gente ligada a agências de informação, a CIA, a NSA, nomeadamente o Luis Elizondo, que tinha acabado de se despedir do Pentágono, onde esteve a liderar o programa de estudo de ameaças aeroespaciais. Percebe-se que há uma fricção, dentro do Pentágono, entre quem quer que se faça o chamado soft disclosure, portanto, começar a libertar informação, aos poucos, e quem é completamente contra.
Informação de que género?
Desde Dezembro de 2017, foram sempre surgindo mais notícias. Sobre a Marinha [norte-americana], que pôs em prática um novo procedimento de reporte de avistamentos, para, no fundo, tirar pressão dos pilotos, e, depois, sobre vários senadores e congressistas que queriam ter acesso a informação, queriam saber o porquê de aquele dinheiro ter sido alocado. Agora, é também um facto que aquilo que é reportado agora já tinha sido reportado nos anos 40 e nos anos 50. A perplexidade dos pilotos é exactamente a mesma, o comportamento destes objectos é exactamente o mesmo. Conseguem ir além dos aviões, conseguem fugir aos aviões, conseguem ter manobras espectaculares. São aparelhos, normalmente, esféricos, que não têm sistema de propulsão aparente, que conseguem desafiar as leis da física e da gravidade. Vídeos sempre houve, e também várias comissões de inquérito e de estudo, por parte de organismos oficiais nos Estados Unidos. Os franceses também fizeram um estudo nos anos 70, publicado no final dos anos 90, o relatório Cometa, feito por altas patentes militares, elementos ligados à astrofísica, à comissão nacional de estudos espaciais franceses, que reconhecem que a hipótese extraterrestre é a mais viável. E a conclusão é: OVNIS, para o que é que nos devemos preparar? O fenómeno é global, com certeza, não ocorre só nos Estados Unidos. Novo é o interesse que agora, de repente, surge.
Não estamos perante programas militares ainda secretos, avanços tecnológicos? Não é essa a hipótese mais provável?
Com certeza, não digo que não. É verdade que já no passado aconteceu com o F-22 e com aqueles aviões stealth, que têm uma forma triangular, que nalguns casos foram confundidos com objectos voadores não identificados. Tivemos agora a conferência da Exopolítica em Barcelona, onde esteve presente o Michio Kaku, um físico teórico, muito conceituado, um dos pioneiros da teoria das cordas, e ele precisamente abordou essa questão. Sabemos que os Estados Unidos, a Rússia, a China, todos eles já desenvolveram drones hipersónicos, com capacidade de fazerem manobras evasivas para conseguirem escapar a sistemas de defesa de mísseis. E o Michio Kaku diz que neste momento a responsabilidade de apresentação da prova deixou de estar só com os crentes, passou para os militares e para os governos, são eles que têm de provar que estes objectos são provenientes da Terra. Desafiam os nossos conhecimentos de físi
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