Portugal manteve, no ano passado, o estatuto de país do mundo com o consumo de vinho mais elevado por habitante, com 51,9 litros. Bebe-se vinho nacional ou importado?
A maioria é português. Portugal produz em média 600 milhões de litros de vinho, exporta uma média de 300 milhões. O que é importado são vinhos mais baratos, o que revela a capacidade que Portugal tem de criar e de exportar valor. Estamos a vender para fora vinhos cada vez mais caros e melhores. O que me surpreende são os litros que consumimos a mais em relação ao resto do mundo. Além disso, bebemos de forma responsável. O alcoolismo não é um problema de saúde pública. Portugal sabe beber, sabe quando beber, sabe beber com moderação, em convívio. É um exemplo de consumo responsável. Existia a ideia de que o nosso consumo per capita alto é muito por causa do turismo, mas a verdade é que nos tempos áureos o turismo representava 17 milhões de pessoas por ano. Ficavam em média 2,7 dias. No fundo, por dia seriam apenas 200 mil pessoas a mais. Acredito que os valores do nosso consumo per capita são muito influenciados pelas vendas significativas de vinho dos cash-and-carry a emigrantes que vêm cá regularmente e levam o vinho para os países onde vivem.
Que mudanças se podem apontar no sector do vinho nos últimos tempos?
A pandemia trouxe mudanças incríveis. Os bag in box subiram muito, passou-se a consumir vinhos com melhor relação qualidade/preço, vendidos na grande distribuição, onde as vendas subiram. O desafio este ano passa por ter na distribuição vinhos que antes só se encontravam no canal Horeca, como alternativa normal de quem perdeu mercado. Nos últimos anos, houve um aumento brutal da qualidade
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