Entrevista

Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias: "O sector social está com um grave problema de sustentabilidade"

8 abr 2022 11:25

O dirigente defende que "temos de deslocar o pivot do envelhecimento do lar para o apoio domiciliário" e que "o Estado tem de olhar, efectivamente, para as questões do envelhecimento".

Maria Anabela Silva

Com a pandemia, o que é que ficou a descoberto no sector social?
Ficou muito evidente que as comparticipações do Estado eram, de facto, muito baixas. Já sabíamos que assim era, mas agora ficou completamente à mostra. O sector social está com um grave problema de sustentabilidade.

Ainda antes da pandemia, já alertava para esse problema.
Pois já. É um problema que não resulta apenas da pandemia. Já vinha detrás, mas agravou-se com a Covid-19 e, de dia para dia, está pior. Há outros factores a acrescer, como o aumento justíssimo do salário mínimo. Ninguém discute essa necessidade, mas o Estado não acompanhou o impacto que a medida está a ter nas instituições. Somos consumidores finais. Não podemos fazer repercutir o aumento dos custos na comparticipação paga pelos utentes. As reformas são como são e as famílias não têm como suportar mais encargos. Este ano, quando todos julgávamos que a pandemia ia dar tréguas e que iríamos ter alguma forma de nos reorganizar, estamos a apanhar com o aumento da inflação e a escalada dos custos dos combustíveis e da energia. E não sabemos ainda bem o que a guerra nos irá trazer.

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