Como está a saúde mental dos portugueses?
Portugal tem cerca de 23% de prevalência anual de perturbações psiquiátricas na idade adulta, uma das mais elevadas da Europa. Os dados nacionais mais representativos disponíveis são de há perto de uma década e referem que, na população adulta, uma em cada cinco pessoas teve uma perturbação psiquiátrica nos 12 meses anteriores à entrevista. No topo estavam as perturbações de ansiedade e em segundo lugar as perturbações depressivas. No mesmo estudo, quase 65% de pessoas com uma perturbação psiquiátrica não teve qualquer tratamento nos 12 meses anteriores. A brecha de tratamento que mede a diferença entre a percentagem de pessoas que necessitam de tratamento e as que a ele têm acesso é mais pronunciada nos casos de menor gravidade. No entanto, mesmo nos casos mais graves há mais de um terço dos casos que não teve acesso a tratamento.
Com a pandemia esta situação agravou-se?
Sem dúvida. Os problemas ligados à saúde mental e os sintomas que têm sido reportados em diversos estudos, nomeadamente no estudo nacional SM–COVID-19 [Saúde Mental em Tempos de Pandemia], são muito superiores ao habitual, em particular para as ditas doenças mentais comuns (perturbações de ansiedade e perturbações depressivas).
Até quando vamos aguentar todo este contexto pandémico?
O contexto pandémico contém um conjunto de factores indutores de stress. O stress não é uma doença. É um conjunto de respostas do organismo perante exigências, pressões ou ameaças e resulta da interacção entre o indivíduo e o seu meio ambiente. Manifesta-se como um estado de alerta, com respostas biológicas e comportamentais, para repor o equilíbrio fisiológico ou homeostasia. Daí que a resposta de stress não seja necessariamente nociva, é adaptativa. Perante situações prolongadas e exigentes de stress continuado, os mecanismos de regulação podem falhar e a saúde ser colocada em perigo. É importante adoptar medidas preventivas, de gestão do stress no dia-a-dia, tais como, ter uma alimentação saud&a
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