Em Portugal trabalha-se para viver ou vive-se para trabalhar?
Ao contrário do que era uma perspectiva mais clássica, neste momento o trabalho e a vida estão profundamente associados, na medida em que o trabalho é uma parte fundamental da vida. O que caracteriza o nosso tempo, neste momento, é a assumpção de que o trabalho deixou de ser alguma coisa que se opõe à vida. Estamos muito mais numa lógica integrativa do que adversativa. Em Portugal, infelizmente, há muita gente que, apesar deste modelo, realmente trabalha para viver e não tem outra forma de sustento. Todos nós temos de trabalhar para viver para ter o nosso sustento, mas o problema é quando o trabalhar para viver não se coaduna com o viver de forma intensa no trabalho.
E com ordenado mínimo nacional e uma subida em flecha da inflação, que espaço há para se viver de forma intensa e feliz no emprego? Realisticamente, é muito difícil. Em termos políticos e económicos esse é um dos desafios fundamentais que temos em Portugal. Criar condições salariais e materiais para que as pessoas possam libertar-se de uma dependência muito grande das necessidades básicas. Desde que nos anos 60 do século passado foram publicadas a investigações de Maslow, sabemos que enquanto não tivermos as nossas necessidades básicas satisfeitas, muito dificilmente conseguimos encontrar outras vias de realização pessoal. É
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