Têm sido públicas várias agressões a médicos. O número tem vindo a aumentar?
O que aprendemos com a área da violência sobre profissionais de saúde é que não há grupos profissionais nem instituições imunes. As percentagens são muito altas em todos os estudos que existem. O número médio desses estudos ronda os 50% dos profissionais de saúde com um episódio de violência nos últimos 12 meses. Há uma certa tendência, que temos de combater, para a normalização da situação. É este tipo de atitude que leva a que haja alguma sub-notificação desta situação. O nosso primeiro combate é fazer com que as pessoas notifiquem todos os episódios. Para se compreender um fenómeno de violência tem de se ir à raiz. Muitas vezes, as causas para uma pessoa ser vítima ou agressora estão na infância, na escola, na vida profissional anterior ou na própria sociedade. É por isso que o Plano de Acção para a Prevenção da Violência no Sector da Saúde está inserido no Programa Nacional de Prevenção de Violência no Ciclo de Vida, porque a abordagem tem de ser tão complexa quanto a problemática. Isso demora tempo, por isso, é um plano para algumas décadas.
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