Entrevista

Paulo Guerra: “Não será altura de melhorar a vida das crianças em vez de só discutir a sua protecção?”

28 mar 2024 08:00

Juiz Desembargador no Tribunal da Relação de Coimbra, chegou a escrever sobre cinema para o JORNAL DE LEIRIA, a quem concedeu uma entrevista, por escrito, onde fala sobre os direitos das crianças

Paulo Guerra
Ricardo Graça

Integrou a primeira redacção do Jornal de Leiria (JL). Como foram esses tempos?
Foram fantásticos e cheios de vida. Todas as semanas escrevia a coluna Condição ‘cine’-qua-non, sobre cinema, dando voz à minha costela cinéfila, muito motivada pela paixão transmitida por um avó americano e pela constante leitura de revistas americanas e francesas da Sétima Arte, e pelo meu eterno amor pela tela branca preenchida pelo olhar e voz da Garbo, da Meryl, do De Niro ou da Streisand. Além disso, fui um dos sócios fundadores da cooperativa que criou o Jornal, ao lado, entre outros, do meu querido amigo António José Laranjeira, que já voou para outra dimensão e que tanta falta me faz. No JL fiz de tudo com os meus companheiros de quimera: embalei exemplares para o correio, bati à máquina, fiz reportagens e até horóscopos. Era estudante universitário de Direito em Coimbra e dava muito do meu fim-de-semana ao JL e até à Rádio Clube de Leiria, onde fiz durante anos um programa semanal chamado A Nau da Bonança. Sentia-me tão completo nestes pioneiros tempos de jornalismo e de activa e culta cidadania numa cidade com muito pouca ambição na altura.

A escolha do filme estava limitada à película semanal de Leiria?
Normalmente seguia o cartaz, sempre apoiado pelo meu saudoso amigo Zé Luís Neves Júnior que geria a programação do Teatro José Lúcio da Silva e que falava comigo horas sobre o Spencer Tracy, o seu Bogart, o Marlon Brando ou a Ingrid Bergman. Foi ali que vivi o meu Cinema Paraíso. Fui o menino “Toto” que sempre procurava o seu “Alfredo” naquela capela de fitas, encerrando uma sã colaboração com ele. Voava nos artigos sobre outras fitas mesmo que não estivessem em cartaz – dava até ideias ao Zé Luís para as “contratar”.

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