10 coisas que os meus filhos não poderão fazer…

10 coisas que os meus filhos não poderão fazer… …sob pena de serem deserdados e postos fora de casa:

1. Usar meia branca. Com sapatos, entenda-se, que com ténis (sapatilhas, como queiram…) é tranquilo. O ensinamento que lhes pretendo passar é que o look sapato preto e meia branca, estilo Michael Jackson no final dos anos 80, não é fixe. Aliás, quase nada do que for inspirado no comportamento do Michael Jackson é fixe.

2. Ser sexista. Acreditar que uma mulher não pode conduzir bem por ser mulher ou que um homem não pode passar bem a ferro por ser homem. Ou que se uma destas se verificar é porque a pessoa tem uma sexualidade dúbia ou indefenida. Chineladas no rabo para quem tiver uma saída destas lá em casa. Chineladas no sentido figurado. O que nos leva ao ponto seguinte…

3. Ser bully ou sofrer de bullying. Bem sei que a expressão está na moda e que o acto em si já é mais velho que a língua portuguesa, mas chamem-lhe o que quiserem, esta questão é preocupante. Não gostava que fossem parvos e violentos, armados ao pingarelho e com a mania que batem em todos; mas por favor, também não sejam os que levam, os que são gozados, os que sofrem e ainda calam. Dá para arranjar aí um equilíbrio saudável?

4. Ser ruidoso a comer. Ou comer de boca aberta, mascar pastilha para se ouvir a 100 metros de distância, dar estalinhos depois de engolir, etc. Comer deve ser um acto silencioso que não perturbe o vizinho do lado, ‘tá?

5. Ser “amélia”. Para quem não sabe, ser “amélia” não tem nada a ver com ser Amélia, que é um nome bem bonito. Ser “amélia” é ser mau desportivamente... Ser descoordenado, não conseguir apanhar uma bola, ter medo da bola, fugir do adversário, enfim, acho que já perceberam. Se isto acontecer o pai vai inevitavelmente pedir os testes de ADN, enquanto paralisa, tolhido de vergonha, na bancada de um qualquer pavilhão desportivo da região centro.

6. Dar erros ortográficos. Escrever mal, pontuar mal, usar muitos Ks e Xs sem ser em abreviaturas estritamente necessárias. Neste caso é a mãe que vai pedir os testes de ADN, para ver se não foram trocados na maternidade…

7. Mentir. Esta luta é particularmente difícil e já começou. Gostamos muito que sejam imaginativos e inventivos. Mas mentir não, gostávamos de criar pessoas sinceras. Alguém já conseguiu?

8. Ser pessimista. Não tem nada a ver com o Segredo, nem é uma crença religiosa ou um ritual. Acredito que devemos ser optimistas e ter confiança (em nós próprios, nos outros, nas circunstâncias) para que tudo à nossa volta corresponda e seja óptimo também. A atitude ajuda e muito.

9. Ser dependente. De pessoas, de vícios, de drogas, de situações, de patrões, de empregados, de cônjuges, de partidos, de equipas. Por isso é que lhes cantei tantas vezes o “Nasce Selvagem” quando eram bebés!

10. Não defender aquilo em que acreditam. Os nossos princípios e as nossas crenças são o que nos molda enquanto pessoas. Mas não basta crer, temos de ser. Espero conseguir ensinar os meus filhos a falar quando há injustiça, a levantar-se quando estão contra e a intervir quando alguém precisa. Estarei a pedir demais?