Opinião
A realidade, essa maluca que tantas vezes me confunde
Com ações concretas, até eu poderei tornar melhor a complexa realidade
Às vezes a realidade construída pela humanidade agride-me de tal forma que eu sinto, como animal que sou, uma necessidade imperiosa de me defender!
Nessas alturas, consciente da minha fraqueza perante o poder do inimigo, concluo que só me resta fugir.
E foi precisamente por agora me sentir assim que decidi, a pensar num futuro ataque, tornar mais fortes as minhas defesas.
Armei-me, por isso, com alguns livros e pus-me em fuga a viajar pelo mundo!
À boleia com o escritor Joël Dicker já estive na Suíça, num hotel nos Alpes, e pude observar os eternos e sujos jogos de poder dos bancos, banqueiros e afins.
Colei-me depois a Michel White e fui até Inglaterra.
Em Oxford viajei no tempo e encontrei Isaac Newton em busca da pedra filosofal, afinal a fazer ciência naquela altura como hoje ainda se faz.
Antes de regressar optei por seguir José Rodrigues dos Santos, o que já me levou a uma passagem pelo helvético CERN e a ter de ir à procura do significado de alguns conceitos básicos ligados à teoria quântica.
Entretanto, cheguei a Lisboa e ando agora a assistir aos maquiavélicos procedimentos dos assalariados da CIA que se vangloriam de “realizar o que os outros não podem realizar e de ir onde os outros não podem ir”!
Ora, estava eu desejosa de observar como Tomás de Noronha, o por enquanto meu herói nesta etapa (vou ainda na página 245), iria escapar à perseguição dos agentes homicidas da dita agência quando ouço numa televisão perto de mim a notícia de um atentado na Rússia que matou Daria Dugina.
Quem foram os assassinos? A CIA, o KGB para culpar os ucranianos, os oponentes a Putin?
Ninguém sabe, mas a mim este acontecimento fez-me conectar a realidade ficcionada em que, com os meus livros, tenho vivido à realidade, pura e dura, à qual ainda não tinha previsto chegar.
Por isso e para uma vez mais me afastar dela e voltar às peripécias de Tomás Noronh, dou um salto ao Facebook.
Numa partilha feita pelo Filipe Pimenta, um jovem pai de duas meninas, leio: “As aulas estão quase a começar e eu quero pedir-lhe um favor. Sente-se cinco minutos com o seu filho e explique-lhe que ser muito alto, baixo, gordinho, magrinho, preto ou branco não faz diferença. Que não há nada de errado em usar os mesmos sapatos todos os dias. Explique-lhe que uma mochila usada carrega os mesmos sonhos que uma nova...”
Li este texto até ao fim e pronto, aconteceu-me!
Senti de imediato que esta também é a realidade e dela eu não quero fugir!
Voltei para junto do Tomás Noronha, mas agora não mais para escapar ao real. Vou com ele para tornar mais ágil e crítico o meu pensamento, para dar uma ajudinha à minha inteligência emocional e até, quem sabe, para ver se consigo desenvolver algum sentimento empático pelos corruptos que habitam as bancas financeiras, pelos que endeusam a Ciência como se ela produzisse verdades imutáveis e absolutas, pelos que mandam na CIA ou no KGB ou até por Putin e respetivos acólitos!
Claro que nesta minha imaterial caminhada não vou prescindir de aprender com jovens como o Filipe Pimenta!
Estes ensinam-me como, com ações concretas, até eu poderei tornar melhor a complexa realidade e, sinceramente, disto, eu não quero mesmo abdicar.
Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990