Ao deus Dará - Je suis bitaite

Barrem-me com betuminoso que faz bem à pele. O Ronaldo é um cepo do pior. As vacinas entopem as trompas de falópio a indivíduos do sexo masculino com mais de 43 anos.

A Covid foi criada por uma trupe de malfeitores que nos querem chipar, só para verem por onde andamos nos seus aparalhómetros maquiavélicos.

O aquecimento global é uma ilusão de uma miúda que devia era estar na escola. A cidade está muito linda porque o futuro em poliuretano monoparental é lindo. Portugal é a Venezuela da Europa. Vivemos numa ditadura. É uma vergonha! O gajo até diz umas verdades e incomoda muita gente...

Segundo um estudo, que não precisamos de precisar, há um novo desporto no pedaço, mais na moda do que o paddel, mais fortalecedor do que o crossfit e com mais praticantes do que o futebol.

No mundo ocidental, não há desporto maior. Falo-vos, claro, do bitaite.

O bitaite é o único desporto verdadeiramente democrático, para todos e de todos. E é como a manteiga, vai bem com tudo: política, finanças, desporto, arte, ciência e outras questões da vida em geral.

O bitaite pode ser praticado em qualquer momento e não tem propriamente um equipamento necessário.

Pode ser desenvolvido de pijama, de gravata, de lantejoula, de ganga, de fazenda ou até enfiado num pele de pêssego de 1998.

O melhor terreno para a prática da modalidade são as redes sociais, as mesas de café também, sim senhor, mas, na internet é que o nível do bitaite chega ao estratosférico, como se pretende.

Os praticantes, esses, podem estar em qualquer local do mundo: no sofá, no carro, no café, na sanita, em Ermesinde, no monte, na cidade, na praia, na lama, no curral.... É livre e libertador! Se ainda não experimentaste, experimenta.

O bitaite não tem regras, no bitaite podes ser quem quiseres e, principalmente, valer tanto como outro qualquer. Podes praticá-lo sozinho, com dois ou três na tua equipa, tu contra o mundo, mano a mano, todos contra todos, baliza a baliza. É lindo!

No bitaite, disputa-se e esgrime-se, porém, acabas por ganhar sempre. Ganham todos, pratiques tu o bitaite como praticares.

A formação é completamente desnecessária e são muitas as vezes a que assistimos a contendas entre bate-chapas e neurologistas, empresários contra barmans, delinquentes versus cientistas, advogados face a jardineiros.

A preparação, para seres um atleta de competição, também é de evitar, aliás, até se recomenda que não haja, porque, se não, ainda se torna uma opinião e não é isso que se pretende no bitaite, porque o bitaite é uma opinião sem estudos.

O bitaite é só uma sensação que se tem, uma percepção, uma ideia que dá comichão e precisa de ser partilhada. Convém não teres qualquer tipo de informação ou formação substancial sobre o tema onde te metes, para que o bitaite atinja os níveis de excelência que elevam o jogo. 

O bitaite foi inventado pela liberdade e é com total liberdade que deve ser praticado. A liberdade é uma entidade complexa e tem espaço até para albergar quem é contra ela.

Aliás, essa é uma das melhores jogadas de bitaite da história, o revoltado a gritar para todo o mundo que não é livre de dizer o que lhe apetece, está nos compêndios do bitaite como puro ouro.

Eu, como gosto da modalidade, defendo o bitaite para todos, por muito que custe, por muito que doa, por muito que faça rir de vergonha alheia, neste desporto transversal, os burros, os mentecaptos, os fachos, os negacionistas, os cromos, os maus e os outros, têm o mesmo direito à prática do seu bitaite.

Não se acanhem, digam o que vos vai na alma e digam-no para o maior número de pessoas. Apoiem o bitaite, vão metendo likes nos vossos bitaites preferidos, para dar ânimo ao atleta que o pariu, só assim o desporto poderá chegar a mesmo todos.

Eu, vendido como ando, metido com esta corja que é o jornalixo hoje em dia, vou começar a mandar os meus bitaites, aqui neste antro de interesses obscuros, que é o JORNAL DE LEIRIA.

Vou fazê-lo aos domingos porque é o dia do senhor e o deus Dará merece ser valorizado, não tanto como a família e a pátria ou mesmo o trabalho, mas quase.