Opinião

Asneiras

9 jul 2023 10:14

Pensar o futuro é inevitavelmente refletir sobre o passado observar e retificar constantemente o presente

Tenho para mim que os ministérios da Educação funcionam melhor ou pior consoante a sua capacidade de refletir sobre os desejos, as aspirações e atitudes das suas comunidades educativas os docentes e os técnicos operacionais e administrativos assim como ouvir atentamente os contributos dos alunos, quando é caso disso, dos pais e do mundo exterior envolvente e corrigir consequentemente as suas aspirações, trajetórias e praxes de gestão.

Digo ministérios da Educação e não digo Escolas porque isso implicaria um estatuto real de autonomia que estas não têm nem nunca tiveram nem aqui nem em lado nenhum ao invés do que tanta vez se afirma. Digo ouvir atentamente pais, empresas, associações, autarquias e não digo seguir os seus impulsos porque eles serão sempre momentâneos, frequentemente desinformados quando não propositadamente mal informados.

É uma enorme asneira teimar no inverso e por arrasto maltratar os profissionais da educação, ignorá-los e apoucá-los que é o contrário do que parece uma forma de crueldade sobre os alunos e aquilo que virão um dia a ser. Pensar o futuro é inevitavelmente refletir sobre o passado observar e retificar constantemente o presente.

Por exemplo a Suécia pensou e fez bem quando depois de ter reduzido os manuais escolares ao digital volta agora aos velhos manuais em papel. Volta porque os resultados das crianças são péssimos vistos de qualquer ângulo de formação, volta porque os jovens cidadãos perdem capacidades de relação com os outros, leitura e escrita, raciocínio ou compreensão do mundo físico e social que o rodeia, são menos cidadãos. São menos humanos.

Ah, asneira pessoal e intransmissível fiz eu aqui há uns tempos quando escrevi que a reedição do livro de Acácio de Sousa, Elites Políticas de Leiria, 1910-2000 , era da textiverso. Não é. É da Hora de Ler. Também omiti que o Catálogo da Exposição “O Saque da Cidade de Leiria” era igualmente da Hora de Ler. Aos autores e, sobretudo, à Editora as minhas desculpas. Lá está, as asneiras nunca vêm sós.