Opinião
Brincar fora de portas
Dois factos recentes levaram-me a escrever hoje sobre este tema.
A última edição do Jornal de Leiria que traz à reflexão um conjunto de temas importantes. Seja na Abertura, a autonomia dos alunos e a sua importância para as aprendizagens; seja na revista Saúde & Bem-estar com assuntos relativos à terceira idade e à saúde infantil.
A propósito escreve-se: “Ao mesmo tempo que reduzimos drasticamente a taxa de mortalidade infantil, estamos a braços com outro(s) flagelo(s): a obesidade, a hiperatividade, a depressão ou ansiedade nos mais novos”.
O segundo facto tem a ver com a reunião do Comité de Acompanhamento do Projeto Brincar de Rua integrado por um conjunto de técnicos e investigadores que procuram dar o seu contributo para o sucesso deste projeto da LUDOTEMPO – Associação de Promoção do Brincar.
Porventura alguém poderá estar a pensar: Promover o brincar? Não é isso que as crianças fazem naturalmente? Não seria melhor promover o estudar, o trabalhar? Sim, é verdade que o normal é as crianças brincarem de forma espontânea, sobretudo até aos 5/6 anos.
É por isso que nessa fase da vida aprendem mais do que em qualquer outra. Brincar é sobretudo aprender a ser. Brincam mais os animais mais inteligentes, e tornam-se mais capazes os que brincam mais.
Quando qualquer cria (humana ou não) atinge determinada idade, começa a ser preparada para ser autónoma e responsável. É com esse objetivo que as nossas crianças dão entrada na escola e se sujeitam à aprendizagens formais.
E é tanta a nossa preocupação que as nossas crianças (ao nível da OCDE) são as mais sobrecarregadas com horas letivas.
E depois da escola, quando seria natural terem atividades livres, são conduzidas a outras atividades escolares ou paraescolares.
*Psicólogo Clínico
Texto escrito de acordo com a nova ortogafia
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