Opinião
Como fala um rico
Vivendo, como os ricos, na leveza do “usufruto”, sem ter de prestar contas ou satisfação a ninguém.
A prestação de Mr. Joe Berardo, o homem que quis comprar a Mona Lisa e não conseguindo começou a “sua” própria colecção de arte que agora “está onde ele quer, está no jardim prá gente ver”, na comissão de inquérito do Parlamento foi, a todos os títulos, exemplar.
Deixem-me explicar: Berardo falou como fala um rico. De cima para baixo. Sem humildade, sem compromisso. Como alguém que, tendo tudo, nada tem a perder.
Vivendo, como os ricos, na leveza do “usufruto”, sem ter de prestar contas ou satisfação a ninguém.
Rodeado de uma corte de engenheiros financeiros e de expeditos advogados, vive no último andar da impunidade, sem dívidas, na boa e em paz de espírito, criando a sua família e vigiando, ao de leve, os negócios que afinal não tem, a riqueza que afinal não gera, os impostos que não paga e a sua amada cultura que não lhe devolve nem o luto, nem o amor.
A mim não me surpreende o seu comportamento, completamente conforme à cartilha liberal e capitalista que todos, mais ou menos, aceitámos como única, chegando, muitos, a admirar o chico-espertismo-mor q
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