Opinião
Da vanguarda à carneirada
Num momento que poderia ser dos mais importantes para o futuro cultural da cidade, é com espanto que vejo Leiria começar a encerrar-se sobre si mesma, deslumbrada por algo que ainda não existe, mas que se ouve dizer.
É uma pena.
Uma das características que sempre mantiveram os leirienses numa espécie de vanguarda - não gosto por aí além do termo, mas siga - é (ou foi) o gosto pelo que ainda não se conhece.
Ouvir, ler, ver aquelas coisas que mais ninguém sabe o que são. Ouvir, ler, ver antes de todos e partilhá-lo com os outros.
É assim, aliás, que ainda funciona a cabeça dos mais valorosos promotores da cidade - que me escuso de voltar aqui a mencionar, porque não só já o fiz antes, como vocês sabem muito bem quem são.
O problema é que vocês sabem bem quem são, porque, numa espécie de movimento generalizado de estupidez colectiva, são precisamente aqueles a cujos eventos e iniciativas vocês não vão, a não ser que socialmente pareça mal não irem, ou que alguém ou algo do passado ou do mainstream faça parte do mesmo.
Os leirienses renderam-se ao conforto da nostalgia e do valor seguro.
A descoberta ficou-se na juventude de outrora e a juventude de agora parece ter coisas mais importantes para fazer num qualquer mundo virtual, do que propriamente participar em festivais de cinema do mundo real, ou ve
Sabia que pode ser assinante do JORNAL DE LEIRIA por 5 cêntimos por dia?
Não perca a oportunidade de ter nas suas mãos e sem restrições o retrato diário do que se passa em Leiria. Junte-se a nós e dê o seu apoio ao jornalismo de referência do Jornal de Leiria. Torne-se nosso assinante.