De Leiria às Cortes, uma estrada feia e que tem tudo para ser bonita

Desde do ano 2000 que a União Europeia adotou a nível europeu uma ideia nascida em França dois anos antes – O dia Europeu sem carros. Um dia para sensibilizar os cidadãos europeus a deixarem o carro em casa e adotarem práticas ecológicas para se deslocarem de um local para outro.

Há quem acredite que estas ideias não fazem sentido algum e que servem apenas para os políticos limparem o pó à bicicleta parada desde o ano passado e tirarem uma fotografia para partilharem nos seus canais de comunicação.

Na minha opinião estas iniciativas são fundamentais para trazerem a palco um tema tão importante como a mobilidade sustentável e o facto de relembrar às pessoas que a mudança na forma como nos deslocamos pode ajudar o planeta onde todos vivemos.

Na verdade, ao protegermos o Planeta Terra estamos também a cuidar do nosso bem-estar e por essa mesma razão esta temática deveria estar sempre nos primeiros lugares das agendas políticas.

A Câmara Municipal de Leiria tem feito um esforço nesse sentido através da criação de novas ciclovias e no melhoramento das que já existiam, como é o caso do percurso do Polis, onde o número de utilizadores tem aumentado de ano para ano. No entanto ainda há um longo trabalho pela frente para se conseguir alterar os hábitos da população e oferecer qualidade de vida.

Uma das medidas que poderá ter um enorme impacto será a construção de uma ciclovia que ligue a cidade de Leiria à bonita localidade das Cortes.

Um trajeto que tem todas as condições para ser uma referência de mobilidade sustentável e que neste momento representa um verdadeiro perigo para a população que ali reside e que todos os dias se desloca a pé, lado a lado com os carros e os camiões a circularem a grande velocidade.

Um trajeto que nos deveria orgulhar a todos e que poderia ser uma forma de potenciar uma das zonas mais bonitas do nosso concelho e que apenas nos envergonha com a quantidade de buracos que vão surgindo todos os dias. Uma estrada feia e extremamente perigosa e que poderia ser segura, ecológica e bonita.

Sabemos que a ideia de criar melhores condições para aquele local existe e que o projeto já se encontra no papel. Basta agora dar aquele passo final para a obra avançar e melhorar significativamente o dia-a-dia das pessoas que ali circulam, devolvendo-lhes a segurança imprescindível e uma maior qualidade de vida.

Caminhar e andar de bicicleta evita a utilização de combustíveis fósseis, diminui os efeitos de estufa, não emite monóxido de carbono e ainda por cima é cool e muito mais económico.