Editorial
Esqueçam o D. Sebastião e tomem o destino em mãos!
A todos os que não desistem, obrigado
Enquanto a "bazuca" de António Costa está bloqueada pelo umbiguismo dos líderes populistas de países de Leste, em busca de dividendos politicamente egoístas e de mais uma migalha roubada ao bolo europeu, sem olhar a quem sofre e precisa urgentemente de respostas, por cá, continua a ser preciso pagar as contas, pôr comida na mesa e levar os filhos à escola.
Segundo os dados publicados na edição desta semana, é nos concelhos de Leiria, Marinha Grande, Caldas da Rainha, Alcobaça e Pombal que os inscritos no Instituto do Emprego mais cresceram, neste ano pandémico de 2020, um cenário expectável por ser nas grandes cidades que, em tempos de crise, o emprego, em especial no sector dos serviços, mais rapidamente desaparece.
Na ausência de um lendário D. Sebastião vindo das brumas para nos levar, ao colo, para a bíblica terra do leite e do mel, há quem, teimosamente, continue a fazer pela vida.
Criam negócios, abrem empresas, procuram nichos de mercado.
São exemplos de abnegação e de nunca baixar os braços estes que vos deixamos nesta edição do JORNAL DE LEIRIA. São pessoas corajosas que, sem emprego e sem um “salvador omnipotente e omnipresente”, levaram muito a sério a máxima que diz que a sorte ajuda a quem se ajuda a si próprio.
Lançaram-se na aventura de criar o seu próprio emprego e de aceitar os trabalhos fora da sua área. Sem ilusões. É a segunda vez que Portugal passa, em menos de dez anos, por uma crise severa.
Não houve tempo de respirar, porque, ao contrário do que diz a sabedoria popular, as costas não folgaram enquanto o pau ia e vinha. À dor, somou-se dor, ao viver com pouco, juntou-se uma barrigada de viver com ainda menos.
Por estes dias, já não é segredo de que a maioria de nós irá viver com muito menos do que os nossos pais, amealhar também menos, e que o ordenado, na melhor das hipóteses, subirá ligeiramente acima do mínimo.
Mas numa época de egoísmo e de bússolas morais desalinhadas sem rumo certo, ainda há quem acredite, empreenda, crie mais- -valias e riqueza.
São novos e velhos, formados ou com o 12.º ano, são pessoas a quem a chama não apaga, revelando-se cruciais, para quando uma certa normalidade regressar.
Tudo indica que estaremos a dar os primeiros passos para voltar a uma vida com vacina, sem máscaras, sem álcool-gel, sem distanciamento físico e sem separação social, se não houver mais percalços ou crises, naturais ou artificiais.
A todos os que não desistem, obrigado.