Viver

"Eu quero é liberdade e, se calhar vou pagar por isso!"

12 jun 2016 00:00

A menina que queria ser professora

Perfil

Natural de Leiria, 42 anos, Sílvia Patrício licenciou-se em Artes Plásticas na Escola Superior de Artes e Design, de Caldas da Rainha. "Antes estudei na Escola Profissional de Leiria e fiz Marketing e Publicidade. Gostei muito. Ainda hoje, apesar de não ter seguido, é-me útil para desenvolver um projecto. Gostava do trabalho em grupo para arranjar um nome e pensar nas estratégias publicitárias", recorda. Quando chegou a hora de escolher um curso superior, rumou às Caldas da Rainha com a firme intenção de vir a ser professora de Desenho.

Ingressou em Artes Plásticas e ao mesmo tempo tinha uma loja no, agora devoluto, Shopping Sol Leiria. Mais tarde, voltou a ter uma loja, a Cubic House. Pelo meio, deu aulas no Estabelecimento Prisional Regional de Leiria mas acabou por abraçar a carreia de artista a 100%. A sua primeira grande exposição foi sobre O crime do padre Amaro, quadros cujas reproduções se podem ver espalhadas pelas ruas de Leiria. "Tive muito apoio da dona da galeria Ensaios", conta. Está também a colaborar com o site Society6 que reproduz as pinturas da artista em roupas e acessórios.

Está a preparar uma exposição que estreará no Most Art Boutique Hostel, em Leiria. De que trata essa mostra?
A inauguração da exposição e do Most Art Boutique Hostel acontecerá no dia 25, às 17 horas. A minha exposição vai chamar-se No caminho, pois reúne vários trabalhos de várias exposições em que participei ao longo do tempo e algumas umas mais recentes. Vai estar patente durante um mês.
O último ano passou no Porto e agora regressou a Leiria...
Estava a precisar de sair de Leiria para crescer como artista, para conhecer outras pessoas e outros lugares, para tentar forçar a abertura de novas portas e por uma questão de experiências novas. Fui um pouco à descoberta, sem saber se iria lá ficar para sempre ou se me iria adaptar à nova cidade. Como trabalho em casa, não importa o sítio onde vivo. Ainda equacionei ir trabalhar para Lisboa... Acabei por ir fazer uma passagem de ano ao Porto e comecei à procura de casa. Encontrei-a na rua Miguel Bombarda, a rua das galerias, e acabei por estar lá um ano... também percebi que essa estadia não me acrescentou muito em termos de trabalho. Claro que também tinha muitas saudades de Leiria e regressei.
Mas a nível de divulgação do seu trabalho conseguiu forçar a tal abertura de portas?
Abri. Abri um pouco a porta, mas penso que o mercado maior de arte e as oportunidades estão em Lisboa. De qualquer modo, é sempre difícil uma pessoa desconhecida chegar a uma cidade e ter logo sucesso. Admito que as relações públicas são o meu tendão de Aquiles. Estive a trabalhar em escultura num co-work e gostei muito da experiência. Porém, as saudades da cidade, dos amigos e do rio Lis foram mais fortes e acabei por regressar. Mas deixei contactos, portas abertas e perspectivas. Pretendo mexer-me mais e levar o meu trabalho a outros locais do País.
No ano que esteve no Porto, esteve presente em algumas exposições.
Fui convidada pelo Hospital de São João a montar lá uma exposição no âmbito de um programa sobre a Farmácia Hospitalar, que eles estão a desenvolver. A minha exposição, que teve o nome Da cura à felicidade permitiu-me trabalhar e retratar pessoas que já tinham tido contacto com a doença. Depois, ainda fiz ainda algumas exposições. Fiz uma na Rua Miguel Bombarda com trabalhos que já tinha. Normalmente, demoro muito a pintar e não é de um dia para o outro que consigo criar muita coisa. E tive muitas encomendas.

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