Opinião

Extramuralhas 2025

21 ago 2025 11:33

É imperioso que usemos a Arte e a Cultura como veículo privilegiado para a difusão de princípios de solidariedade 

No mundo distópico em que vivemos, onde a ascensão de forças que preconizam ideais de retrocesso civilizacional e onde proliferam guerras absurdas e fratricidas, é imperioso que usemos a Arte e a Cultura como veículo privilegiado para a difusão de princípios de solidariedade, respeito pela igualdade e desejo de paz.

Nos últimos anos têm sido essas as bandeiras que a Fade In — entidade que organiza o festival gótico de Leiria — faz questão de mostrar ao mundo. O Extramuralhas 2025 é, pois, uma voz de apaziguamento entre a cacofonia de ódio e de intolerância crescente no nosso país e que recusamos normalizar. É por isso que o nosso lema este ano é “Mais empatia, melhor humanidade!”.

Mas, claro, o Extramuralhas é sobretudo um festival de música. De música extraordinária, de vários estilos e géneros, e de estéticas que se evidenciam pela singularidade. Da música experimental ao techno, da darkwave ao postpunk, da synthpop à coldwave, da electronic body music ao electro-industrial, do rock obscuro à pop triste, do synthpunk à minimal-wave.

Sempre foi assim, desde a primeira edição, quanto o festival ainda decorria apenas no castelo e se chamava Entremuralhas. Trazer o festival para fora dos seus muros e abri-lo aos que, connosco, o querem viver, foi o melhor passo que demos. Este ano, por exemplo, temos 11 concertos de acesso gratuito no Jardim Luís de Camões.

Serão poucas as cidades no mundo que dão a oportunidade a artistas, com linguagens que não são mainstream, de se apresentarem ao vivo no seu local mais central e aberto a todos. Com esta estratégia, o festival tem vindo, igualmente, a consolidar o seu carácter inclusivo. Contudo, o Extramuralhas mantém a solenidade que também o caracteriza.

Por exemplo, os palcos do Teatro José Lúcio da Silva e da Igreja da Misericórdia, acolhem os espetáculos mais intimistas e sublimes. E depois ainda há o palco do Teatro Miguel Franco, que nesta edição exibe um filme sobre a artista de vanguarda nova-iorquina Meredith Monk, e o palco da Stereogun, com os concertos mais dançáveis e os dj sets que se lhes seguirão.

Por tudo isto aqui fica o convite para virem usufruir, entre 21 e 23 de agosto, um dos eventos mais personalizados da Fade In - Associação de Accão Cultural, entidade que desde 1999 teima em contribuir para que Leiria seja um palco privilegiado onde se mostram alguns dos mais fascinantes e diferenciados artistas do globo.