Opinião
Letras | “A mãe inventada”, Samantha Buglione
A busca destes cenários mágicos, celebra também os espaços dum Brasil, com cores e fantasia das raízes africanas
Nasceu em Porto Alegre, Brasil, e é mãe de dois filhos. Tem formação em Direito e Filosofia com Mestrado em Teoria de Justiça pela Universidade Federal de Santa Catarina, é escritora e psicanalista além de professora na Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Estudou história da arte e arte contemporânea na Universidade de Bolzano, Itália, em 2019.
Nas várias pesquisas académicas “entrelaçou-se” na arte, pela fotografia e também pela escrita. O humanismo, os temas de género, raça e etnia, acesso à justiça e violência em organizações nacionais e internacionais, fizeram parte dos seus estudos, revelando-se como fundamentais na narrativa que procura criar em cada conto.
Em 2021 publicou o livro infantil Caracol sem teto e em 2020 o livro de contos Carimbos, todos pela mesma editora (Editora Ipê Amarelo). Também possui livros de poesia e produção técnica em filosofia, bioética e direito, além de crónicas em jornais de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Portugal.
Este livro é uma estória onírica de inspiração surrealista que fala de uma vila de palafitas onde ocorre um inusitado encontro entre duas criaturas singulares ditas “desencaixadas” que acabam por abalar os poderes constituídos; uma mãe inventada, ao insurgir-se, põe um ponto inicial aos acontecimentos.
A busca destes cenários mágicos, celebra também os espaços dum Brasil, com cores e fantasia das raízes africanas. A língua que vem da Europa e toca os pontos cardeais em português. Como se de repente víssemos Mia Couto também ele celebrado nas metáforas e na invenção.
“Talvez, na verdade […] haja apenas um pensar advindo do sentir […] transformações do que se sentiu […] tentativas de expressar-se pelo pensar o passado sentido”