Opinião

Letras | Aberto Todos Os Dias, João Luís Barreto Guimarães

16 jun 2023 08:53

Um hino ao regresso deste autor que flutua entre a penumbra e escreve dentro da vida

Nasceu na cidade do Porto, em 3 de junho de 1967. Frequentou a Universidade do Porto, onde concluiu uma licenciatura em Medicina e Cirurgia, exercendo como médico no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, sendo especialista em cirurgia plástica e estética.

Faz da sua vida um conjunto de experiências onde se destaca também como tradutor e poeta, tendo lançado o seu primeiro livro de poemas em 1989, Há Violinos na Tribo.

A sua escrita mundana e simultaneamente tão própria, fazem de si um autor traduzido em toda a Europa e um pouco por todo o mundo. No metaverso também publica no weblog Poesia & Lda traduções e comentário de vários autores contemporâneos.

É um regresso muito ansiado este de JLBG com Aberto Todos Os Dias da Quetzal, após tempos de pandemia e de incertezas. Um hino ao regresso à vida deste autor que flutua entre a penumbra e escreve dentro da vida. Escrita suave quase desprendida, mas disciplinada. O quotidiano é que faz a grandeza da história, mas é também a história que suscita a melancolia tal como a esperança. O passado que pode trazer a aprendizagem e fazermos algo agora muito moderno, talvez eterno.

Nessa sua escrita muito própria joga com a ironia e com o quotidiano, para desenvolver a poesia da celebração como neste lindíssimo poema:

Gostaria de partilhar comigo o resto da sua vida?
Para responder sim

marque 1. Para responder não marque 2. Caso
pretenda tempo para pensar
marque 3. Para responder
aleatoriamente à pergunta formulada
marque 4. Caso pretenda apoio técnico acerca
da vida a dois
marque 5. Para ouvir o significado da palavra
partilha
marque 6. [...]
Se lhe basta o som da minha voz (a
minha presença deste lado) o
modo como digo bom dia marque
o canto da página (regresse amanhã ao poema) e
comece tudo
do início

No fundo este poema reúne muito do que é a sua capacidade de trazer uma nova abordagem estilística entre o clássico das emoções com a modernidade da forma como nos dispomos no mundo e como o mundo é e pode ser.