Opinião
Letras | Poemas de Amor, Pablo Neruda
Pablo Neruda traz-nos o amor, a paixão, o sexo em todos os seus formatos com a leveza das asas e a dureza da terra e da realidade
Inédito em Portugal, com tradução do poeta Nuno Júdice, um livro que reúne os grandes Poemas de Amor de Pablo Neruda.
Natural do Chile, Neruda (1904 - 1973) foi autor de uma vasta obra, tendo a sua escrita influenciado fortemente muitos poetas sul-americanos. Foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Literatura em 1971.
À semelhança das suas outras obras, este é um livro por onde perpassa todo um universo de magia e paixão, que sempre caracterizaram a escrita do autor de Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada, ou de Plenos Poderes.
A escolha dos poemas que fazem corpo até à “Ode e Germinações” são em si quase um poema conjunto em índice. O caminho que se percorre do poeta no seu objecto de amor pelo sonho, a magia e a dura realidade.
Em ti terra; A rainha; Os teus pés; As tuas mãos; O teu riso; A noite na ilha; O ramo roubado; Ausência; O insecto; Sempre; O sonho; Se me esqueceres.
Daqui seguimos para uma quase redenção do amor ao espírito dando-lhe infinitude e (in)tangibilidade.
Odes, cânticos nupciais de natureza religiosa com a bênção dos deuses e a união consagrada com noite de núpcias para que a união dos corpos traduza a execução do amor platónico.
Pablo Neruda traz-nos o amor, a paixão, o sexo em todos os seus formatos com a leveza das asas e a dureza da terra e da realidade. Mas advoga a universalidade do amor para conquistar a vida e a mulher como sua própria salvação face ao absurdo da vida em clausura, as guerras e a crises.
O amor liberta!