Opinião

Mais um exclusivo em Leiria

25 fev 2023 18:23

Não é todos os dias que somos assolados por um furacão assim. Quem esteve presente sabe ao que nos estamos a referir. Que grande episódio-relâmpago!

Em 2022, o primeiro episódio-relâmpago do Fadeinfestival, aconteceu em julho, com um lindíssimo concerto da norte-americana Emma Ruth Rundle na Igreja da Misericórdia (CDIL — Centro de Diálogo Intercultural de Leiria).

Nessa passagem por Portugal a artista actuou também na Casa da Música, no Porto, e na Culturgest, em Lisboa, mas o concerto de Leiria distinguiu-se dos outros pelo lindíssimo local onde decorreu, e porque o acesso ao mesmo foi gratuito (o que fez com que os bilhetes esgotassem em escassos minutos quando foi anunciado, em fevereiro, portanto, cinco meses antes).

No sábado passado, foi a vez de acontecer o primeiro episódio-relâmpago do Fadeinfestival 2023. Desta vez a proposta eram dois concertos exclusivos, de data única no País, daqueles em que os artistas chegam ao aeroporto, são recebidos pela nossa equipa, trazidos até Leiria, onde actuam, e no outro dia levados de novo ao aeroporto para regressarem ao país de origem ou para continuarem a digressão noutra paragem internacional qualquer.

O concerto de sábado não teve acesso gratuito e também não esgotou. Ainda assim, o público, mais forasteiro que leiriense, afluiu em número suficiente para que a plateia da Stereogun (parceira de produção da Fade In neste evento) enchesse para testemunhar dois concertos absolutamente arrebatadores.

O primeiro a entrar em acção foi o reputado DJ e produtor australiano Kris Baha, que veio munido de um arsenal de aparelhos eletrónicos assinalável que, para além do som (um híbrido entre EBM e Post-Punk), controlavam a sincronização cénica das luzes. Baha privilegiou os presentes com um alinhamento que teve estreia mundial de, pelo menos, seis temas! Não foi em Berlim que o fez, nem em Nova-Iorque. Foi em Leiria, num episódio do Fadeinfestival, e isso deixa-nos profundamente orgulhosos.

Seguiu-se depois a performance poderosa dos norte-americanos Patriarchy, num concerto visual e sonoramente impactante, com partes teatrais de caos aparentemente descontrolado, mas em que tudo fez parte da mise-en-scène planeada. Já desconfiávamos que a música pop-industrial do trio de Los Angeles e a voz da lindíssima líder Actually Huizenga, eram muito mais robustas e vigorosas que nos discos, mas a expectativa foi amplamente superada.

Não é todos os dias que somos assolados por um furacão assim. Quem esteve presente sabe ao que nos estamos a referir. Que grande episódio-relâmpago!