Opinião
Mudar de Rumo – Esquerda ou Direita?
(...) nos últimos três meses, o clima de protesto e de luta partidária permanentes não se reduziu, nem desapareceram as principais fragilidades das governações anteriores
Desde o 25 de Abril de 1974 que a governação do País tem sido marcada por uma guerra sem tréguas entre os partidos do centro esquerda e do centro direita. Agora, como resultado das últimas eleições legislativas, foi criada uma nova realidade em que os dois partidos de protesto da esquerda, PCP e Bloco, aceitaram apoiar na Assembleia da República um Governo de centro esquerda.
Resta saber com que resultados, sabendo-se já, pela prática política dos últimos três meses, que o clima de protesto e de luta partidária permanentes não se reduziu, nem desapareceram as principais fragilidades das governações anteriores: ausência de estratégia e de projecto político de médio prazo; ausência de política europeia; domínio da luta entre os partidos com o objectivo da obtenção do poder como instrumento de defesa dos interesses das diferentes clientelas à custa do interesse geral da Nação; incapacidade de reduzir o domínio e os custos do Estado sobre a sociedade; governação marcada pelo curto prazo, pelos erros de apreciação da situação nacional e internacional e pela ilusão e falta de verdade junto dos portugueses.
Esta análise, apesar de marcada pelo pouco tempo decorrido, conduz-me à convicção de que os problemas nacionais não são de esquerda ou de direita, mas originados principalmente pela má governação do País ao longo dos anos, governação que incluiu tanto os governos do centro esquerda como os do centro direita.
Acresce a convicção de que a nova situação criada pela participação dos partidos à esquerda do PS não alterará a qualidade da governação e da gestão política e económica do País, quer no plano interno, quer no plano das relações com a União Europeia.
*Empresário
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