Música | As bandas sonoras desta vida

Se há coisa de que gosto bastante, são as bandas sonoras. Acho admirável a aliança entre a música e as imagens em movimento. Uma cena memorável de um filme pode muito bem estar ligada a determinada escolha musical, e não faltam exemplos na história do cinema. E nem é preciso mencionar o Star Wars e outras obras de John Williams, talvez o mais famoso compositor da história do cinema – aqui, ou numa aldeia remota da China, toda a gente saberá identificar a marcha imperial. Contudo, o genial John Williams, não está no topo da minha lista de preferências, apesar de gostar muitos dos filmes em que ele meteu a batuta, nomeadamente nos de Steven Spielberg.

Por vezes, basta uma música para salvar um filme: recordo To Rome With Love com a hilariante canção “Amada mia Amore mio” numa fase menos boa do realizador Woody Allen. E os genéricos do 007? A emoção de ouvir e ver pela primeira vez aquelas obras de arte – agora num canal da NOS só para fanáticos, nos quais me incluo. Mas pensando bem, e isso é que me levou a este texto, afinal, quais são as bandas-sonoras mais marcantes de sempre?

Neste preciso momento, em que teclo furiosamente para entregar este texto a tempo e horas, oiço uma das minhas bandas sonoras prediletas: Trois Coleurs: Bleu, Blan, Rouge do polaco Zbigniew Preisner. Curiosamente, este compositor não só escreveu esta obra-prima, como assinou outra memorável: La double Vie de Véronique, em parceria com o realizador Krzysztof Kieslowski.

Depois, há o filme Death in Venice de Luchino Visconti com a sublime Sinfonia n.º 5 de Gustav Mahler; todos os filmes de Quentin Tarantino e David Lynch, sem exceção, têm música inolvidável e não esquecer Scarface, de Brian de Palma, com assinatura de Giorgio Moroder. E tantos outros, que nos fazem gostar tanto de cinema como de música.

Há uns anos valentes, este tema deu um programa de rádio, lembras-te Pedro Miguel? Aqui o colega do lado que também escreve neste espaço tinha um programa e convidou-me para passar só música de filmes: e lá estava “The world was on fire and no one could save me but you”… estão a ver qual é, não estão? Uma canção que resulta muito bem nas ondas AM e FM.