Opinião
Música | Vamos esgotar o concerto de Mick Harvey & Amanda Acevedo?
Por aqui o entusiasmo é grande e mal posso esperar por ver ao vivo este senhor que tem colaborado com gente tão boa como Nick Cave, Einsturzende Neubauten, The Go-Betweens, Lydia Lunch, Barry Adamson, Rowland S. Howard, Anita Lane, Anna Calvi ou PJ Harvey
Esta sexta-feira, dia 31 de maio, às 21:30, o Teatro José Lúcio da Silva recebe um concerto para a história com o mítico Bad Seeds Mick Harvey a partilhar o palco com a artista mexicana Amanda Acevedo. Esta dupla infernal vem a Leiria, pelas mãos da Fade In, apresentar o seu disco Phantasmagoria In Blue e não faltarão ainda alguns temas de Five Ways To Say Goodbye, o novo disco de Mick Harvey. E ainda há bilhetes a 15 euros – não vejo melhor relação qualidade preço nos dias que correm ao nível do espetáculo.
Por aqui o entusiasmo é grande e mal posso esperar por ver ao vivo este senhor que tem colaborado com gente tão boa como Nick Cave, Einsturzende Neubauten, The Go-Betweens, Lydia Lunch, Barry Adamson, Rowland S. Howard, Anita Lane, Anna Calvi ou PJ Harvey. Estão à espera do quê para ir a correr comprar os últimos bilhetes? Gostava muito de ver o José Lúcio esgotado para tornar a noite ainda mais inesquecível.
Desde o pós-punk dos The Boys Next Door e The Birthday Party e músico fundamental de Nick Cave And The Bad Seeds, a discografia de Mick Harvey tem ainda dois álbuns icónicos: Intoxicated Man e Pink Elephants, dedicados ao cancioneiro de Serge Gainsbourg, os quais, acredito eu, poderão ser revisitados no concerto – seria maravilhoso ouvir ao vivo “69 erotic year” ou “Harley Davidson”. Quem sabe?
Phantasmagoria In Blue é um disco de versões, que vai ao fundo do baú buscar canções de amor e outras baladas de artistas como Tim Buckley, Lee Hazelwood ou Leonard Cohen. Nada neste disco é óbvio, apesar da popularidade de canções como “Indian Summer” ou “Song to the Siren”, este último tema imortalizado pelos This Mortal Coil. que Mick Harvey faz questão de aproximar-se mais ao original de Tim Buckley. Depois há a voz de Amanda Acevedo, que eleva as canções a outro nível, tal como fez Anita Lane nas anteriores versões de Serge Gainsbourg. Amanda Acevedo tem uma voz mais quente, a escaldar, não fosse ela mexicana, e em muitos momentos remete-nos para a inesquecível Lhasa de Sela. E isso é o maior elogio que se lhe poderá fazer.
Depois disto: vamos esgotar o José Lúcio?