Opinião

Novas gerações: para que vos quero?

19 fev 2017 00:00

"Geração mais qualificada de sempre”, “futuro do país”, “esperança”. Os discursos políticos estão recheados de referências às novas gerações.

Fica bem, ou melhor, é politicamente correto dizê-lo. E a prática? Aí é que a “porca torce o rabo”.

Durante demasiados anos, governou-se a pensar que mais importante do que salvaguardar o futuro das novas gerações era garantir a vitória nas próximas eleições. Aprendeu-se com os erros? Infelizmente não. 

Há vários exemplos que o demonstram: a dívida pública em 2016 ultrapassou os 130% do PIB (superior a 2015); a reforma laboral feita nos últimos anos, reduzindo a rigidez do mercado laboral e que era benéfica para os mais jovens, será rasgada; o Governo faz-se de surdo relativamente às denúncias de fraude nos estágios profissionais; as alterações feitas na educação têm apenas o intuito de silenciar os sindicatos e os partidos à esquerda e os resultados já aí estão com um aumento do abandono escolar precoce (contrariando a descida histórica que tínhamos tido em 2015); há um vazio completo de políticas dirigidas aos jovens que nos últimos anos tiveram de emigrar. 

Assim, a linha de atuação do atual Governo vai meramente no sentido de satisfazer algumas clientelas com prejuízo para a generalidade dos jovens portugueses.

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