Opinião

O associativismo não pode morrer

27 mai 2022 15:45

Os presidentes de Câmara e das Juntas de Freguesia têm de estar atentos àquilo que os rodeia

A melhor forma de descrevermos o verdadeiro significado da palavra associativismo é associá-la à prática de exercer cidadania através de uma expressão organizada da sociedade que apela à responsabilização e intervenção dos cidadãos em várias esferas da vida social.

A importância e o valor do associativismo decorrem do facto de constituir uma criação e realização viva e independente.

As associações são as casas do associativismo onde as pessoas se agrupam em torno de interesses comuns e com objetivos de entreajuda e cooperação.

Através de uma congregação de esforços dos seus fundadores e associados em torno de um interesse comum.

Em Portugal e particularmente na nossa região existem centenas de associações culturais, recreativas, desportivas, entre outras, que representam a identidade da nossa região.

Associações centenárias e outras mais recentes que, através do esforço voluntarioso dos seus corpos diretivos e dos seus sócios, conseguem manter viva e sólida a cultura de um povo.

Refiro-me em particular às associações culturais e recreativas das aldeias e vilas que, com escassos recursos financeiros e também humanos, conseguem organizar-se e colocar de pé as mais diversas iniciativas que alimentam a dinâmica daqueles lugares.

Um bom exemplo da verdadeira força de uma localidade e dos seus residentes acontece na freguesia das Meirinhas, no concelho de Pombal.

A Junta de Freguesia de uma forma inteligente e cooperativa decidiu criar o Festival da Fava naquela localidade com o apoio de uma associação de pais, uma associação recreativa, uma creche e de um lar.

A comunidade unida e a promover uma iniciativa de qualidade superior que divulga a cultura da freguesia das Meirinhas e que desenvolve o sentido de pertença e de respeito do seu povo com a sua freguesia.

Foram mais de 40 pessoas, homens e mulheres, que disponibilizaram um fim-de-semana inteiro do seu tempo livre para trabalhar a favor de uma causa comum para a comunidade.

Deverão ser estas as boas práticas da classe política que através dos meios à sua disposição consegue envolver as suas gentes e mostrar àqueles que visitam a sua região a capacidade de promover o associativismo entre pares.

Desta forma os presidentes de Câmara e das Juntas de Freguesia têm de estar atentos àquilo que os rodeia.

Devem ser também eles os agentes geradores de mais cooperativismo entre os seus eleitores e residentes das suas localidades.

Devem apoiar sempre as associações e dar-lhes as ferramentas necessárias para que estas possam fazer o seu caminho com menos sobressaltos e mais alegria e motivação.

Só assim o associativismo não morrerá e a sua sustentabilidade não poderá ser posta em causa.

Toda esta envolvência promove a cidadania ativa entre todos, principalmente nos mais novos, que observam estas dinâmicas associativistas dos seus familiares, transformando-se, de uma forma natural, no garante de futuro e da continuidade das associações.


Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990