Opinião
O associativismo não pode morrer
Os presidentes de Câmara e das Juntas de Freguesia têm de estar atentos àquilo que os rodeia
A melhor forma de descrevermos o verdadeiro significado da palavra associativismo é associá-la à prática de exercer cidadania através de uma expressão organizada da sociedade que apela à responsabilização e intervenção dos cidadãos em várias esferas da vida social.
A importância e o valor do associativismo decorrem do facto de constituir uma criação e realização viva e independente.
As associações são as casas do associativismo onde as pessoas se agrupam em torno de interesses comuns e com objetivos de entreajuda e cooperação.
Através de uma congregação de esforços dos seus fundadores e associados em torno de um interesse comum.
Em Portugal e particularmente na nossa região existem centenas de associações culturais, recreativas, desportivas, entre outras, que representam a identidade da nossa região.
Associações centenárias e outras mais recentes que, através do esforço voluntarioso dos seus corpos diretivos e dos seus sócios, conseguem manter viva e sólida a cultura de um povo.
Refiro-me em particular às associações culturais e recreativas das aldeias e vilas que, com escassos recursos financeiros e também humanos, conseguem organizar-se e colocar de pé as mais diversas iniciativas que alimentam a dinâmica daqueles lugares.
Um bom exemplo da verdadeira força de uma localidade e dos seus residentes acontece na freguesia das Meirinhas, no concelho de Pombal.
A Junta de Freguesia de uma forma inteligente e cooperativa decidiu criar o Festival da Fava naquela localidade com o apoio de uma associação de pais, uma associação recreativa, uma creche e de um lar.
A comunidade unida e a promover uma iniciativa de qualidade superior que divulga a cultura da freguesia das Meirinhas e que desenvolve o sentido de pertença e de respeito do seu povo com a sua freguesia.
Foram mais de 40 pessoas, homens e mulheres, que disponibilizaram um fim-de-semana inteiro do seu tempo livre para trabalhar a favor de uma causa comum para a comunidade.
Deverão ser estas as boas práticas da classe política que através dos meios à sua disposição consegue envolver as suas gentes e mostrar àqueles que visitam a sua região a capacidade de promover o associativismo entre pares.
Desta forma os presidentes de Câmara e das Juntas de Freguesia têm de estar atentos àquilo que os rodeia.
Devem ser também eles os agentes geradores de mais cooperativismo entre os seus eleitores e residentes das suas localidades.
Devem apoiar sempre as associações e dar-lhes as ferramentas necessárias para que estas possam fazer o seu caminho com menos sobressaltos e mais alegria e motivação.
Só assim o associativismo não morrerá e a sua sustentabilidade não poderá ser posta em causa.
Toda esta envolvência promove a cidadania ativa entre todos, principalmente nos mais novos, que observam estas dinâmicas associativistas dos seus familiares, transformando-se, de uma forma natural, no garante de futuro e da continuidade das associações.
Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990