Opinião

O que vejo depende do que quero ver

29 mar 2018 00:00

Confesso que eu também jamais protestaria se numa urgência hospitalar me pusessem horas em espera e ficaria até mais descansada!

Como cidadã, quando preciso de me dirigir a um serviço público para satisfazer uma qualquer necessidade tento não levar comigo, para não me deixar influenciar, o rol de opiniões desfavoráveis que ouço sobre esses serviços.

Procuro não confundir factos com opiniões. Sei que estas dependem dos valores e do ponto de vista de cada um, enquanto que os factos são independentes de tudo isso.

Acredito mesmo, como disse Bertrand Russel, que o facto de uma opinião ser amplamente compartilhada não é nenhuma evidência de que ela não seja completamente absurda. Lembro-me, por exemplo, da irritação de uma amiga minha, quando ouvia alguém queixar-se do tempo de espera numa urgência de um hospital público.

Dizia-me ela: as pessoas vão ao SNS, pagam uma ninharia e protestam pelo tempo que esperam para ser atendidas. Em contrapartida, quando vão a um médico privado, podem esperar o mesmo tempo, pagam imenso dinheiro e aí, ficam caladinhas! Confesso que eu também jamais protestaria se numa urgência hospitalar me pusessem horas em espera e ficaria até mais descansada!

Perceberia que afinal não estava assim tão doente pois a minha situação (após a respetiva triagem ter sido feita) poderia esperar, logo… E foi assim, com uma atitude não maculada pela opinião dos outros, que um dia destes precisei dos serviços da Segurança Social (SS). Tudo começou pela impossibilidade de pagar, como é hábito, por homebanking, uma contribuição.

Comecei por telefonar dando conta do que me estava a acontecer e quem me atendeu informou-me que alterações produzidas pela SS nos dados do formulário estavam  na origem do problema e por isso, nesta fase, o pagamento só poderia ser feito na tesouraria dos serviços. Sem me restar outra solução dirigi-me às instalações da SS e aí experimentei como utente o respetivo ciclo de servi&c

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