Opinião

Paisagem Protegida de Sicó: Quo vadis

1 jul 2023 10:28

Os que mais sabem e gostam de Sicó continuam a ser postos de lado num processo que seria fabuloso para a região caso fosse bem gerido

Em 2020 fomos surpreendidos por um processo basicamente já fechado, feito à revelia dos sicoenses e de todo/as aquele/ as que pugnam pelo património natural da região de Sicó. A Terras de Sicó tinha decidido, longe da participação pública e escrutínio respectivo, criar uma Paisagem Protegida na região de Sicó. Encomendou algo pouco mais que um resumo bibliográfico por 15700 euros, a uma empresa que não conhece bem Sicó, no qual foram utilizados conteúdos... não citados na bibliografia.

Em Junho de 2020, em Pombal, os responsáveis por este processo escandaloso tiveram suores frios quando aqueles que mais conheciam Sicó entraram no auditório onde ia decorrer a primeira sessão pública deste processo, o qual, imagine-se, já estava virtualmente fechado. Uma mera formalidade para tentar legitimar o polémico processo. A sessão foi tensa, tal a quantidade de erros e amadorismo da equipa que elaborou e desenvolveu o processo.

Seguiram-se outras sessões teatrais pelo território. O processo perdeu força, ganhou má fama e a Terras de Sicó mostrou que não tem as competências necessárias para gerir um processo deste género, o qual deveria ter incluído de início população, associações e afins.

Passados 3 anos surge a novidade que, afinal, será o ICNF a gerir o processo. Contudo não é uma boa notícia, já que este Instituto Público tem sido pouco mais que uma entidade manietada pela política e por interesses que pouco têm a ver com a conservação da Natureza.

A falta de gestão e fiscalização do Sítio Sicó/Alvaiázere, RN2000, é uma das muitas provas disso mesmo e tem um historial longo. Sai de cena uma entidade pouco competente para lidar com o processo e entra outra entidade igualmente pouco competente para lidar com o processo.

Todos os problemas apontados ao processo, por quem mais sabe, continuam a ser ignorados. Os que mais sabem e gostam de Sicó continuam a ser postos de lado num processo que seria fabuloso para a região caso fosse bem gerido. Sicó não merece tal mediocridade!