Opinião
Planetas B há muitos, seus palermas!
O planeta não precisa de ser salvo - nós é que precisamos
Sim, é verdade. Pode chocar-vos, mas… para a humanidade se eternizar, vai ter de haver um Planeta B!
Mas, lá no fundo, todos sabíamos isto, não é?
Muito antes de se falar de alterações climáticas já o Mundo queria saber da vida em Marte, e um dos porquês é por demais óbvio: este planeta tem um prazo de validade desde sempre, não foram as alterações climáticas que mudaram isso.
As circunstâncias que mudaram, e que nos fazem agora hiperventilar sempre que pensamos no futuro, é que muito (muitíssimo) antes do Planeta virar outra vez pó de estrelas, a Humanidade arranjou maneira de se auto-detonar - e isso é que não estava nas contas!
Nós íamos ser imparáveis nos nossos avanços tecnológicos, estaríamos bem longe desta bomba relógio antes de ela ir pelos ares!
Mas… Aqui estamos nós!
E agora? Voltemos então aos óbvios: o planeta não precisa de ser salvo - nós é que precisamos.
Ponham isto na vossa cabeça! Até ao “dia” em que o Sol explodir numa supernova, haverá (presumivelmente) vida na terra, porque a Natureza é um sistema versátil - morrem umas espécies, nascem outras!
Os dinossauros que o digam!
E pelo caminho do apocalipse em que agora seguimos, começamos a perceber que aqueles que mais podem contribuir para atenuar o sofrimento das catástrofes causadas pelas alterações climáticas desistiram há muito do terceiro calhau a contar do Sol e já sonham com outras paragens!
E elas vão custar muito dinheiro - leia-se recursos terrestres - e vão dar para muito poucos sortudos.
O esquema tem sido o de vender a ideia de que as descobertas, avanços e conquistas serão para construir um mundo melhor, para o avanço da humanidade.
Fazem-nos sonhar em ser o próximo grande unicórnio, e em acreditar que também nós vamos ter acesso ao bilhete dourado.
Se acreditam nesta alucinação, pois então mantenham-se em rota, continuem a beber a vossa poção mágica, não façam absolutamente nada que não seja continuar com a vossa vida individual tão importante.
Se, por outro lado, já perceberam que temos que nos organizar colectivamente para, na melhor das hipóteses, parar esta loucura, ou, há que dizê-lo, na pior das hipóteses, apenas conseguir que todos possam ter uma boa última refeição em família à espera que o “meteorito” caia… então…Bem-vindos à luta pela justiça climática!
Vamos falar de mudança de sistema, de decrescimento, de agroecologia e de regeneração de ecossistemas.
Preparadas?