Opinião

Quantas vezes temos de perder as nossas vidas?

19 out 2017 00:00

Este espaço era para falar da minha paixão pela Surma depois de ouvir Antwerpen e depois dos vários, não muitos, admito, concertos que vi. Só que, entretanto, aconteceu domingo. E São Pedro de Moel.

Desculpa, Débora. Fui alertado por amigos do que estava a acontecer no Pinhal do Rei. Um braseiro. São Pedro de Moel estava cercado pelas chamas. Ninguém podia sair. A primeira preocupação foi a família.

Ao descobrir todos bem, veio o amargo pelo que estava acontecer a um sítio que já foi, para mim (e sempre será nas minhas memórias) uma espécie de quintal das traseiras onde vivi uma parte muito importante da minha vida. Um quintal cheio, vivido, silencioso... Ao mesmo tempo acabei por descobrir que São Pedro de Moel não era caso único.

O mesmo estava a acontecer um pouco por todo o país, do Tejo para cima. E descobri o horror. Mais de 500 fogos activos ao mesmo tempo. Ainda não consigo processar a coincidência. É demasiado certinho para ser natural. A fúria, logo seguida da frustração, não tardou a chegar. Os canais de notícias mantiveram, até demasiado tarde, as suas emissões normais.

Quando passaram aos directos, foram em busca do circo, da imagem de encher o olho, da emoção, da morte. A informação concreta do que se estava a passar e onde e como e porquê e como sobreviver em certas zonas e o que fazer e as necessidades e toda a informação relevante e útil acabou por chegar pelos meios de comunicação regionais e, acima de tudo, pelas tão mal tratadas redes

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