Reequilíbrio do sistema político

Nos últimos meses, como consequência do resultado das eleições legislativas, o PSD mergulhou num período de grande indefinição.

Num processo eleitoral interno que só terminará no Congresso Nacional que terá lugar no início de julho, este será um momento muito importante para o PSD, mas não só.

Não pretendo utilizar este espaço de opinião para justificar o apoio a um dos candidatos.

Como é público e notório, o meu apoio ao Luís Montenegro é natural e não é de hoje.

O que me parece verdadeiramente importante realçar é a importância das eleições no maior partido português.

Se os resultados eleitorais não corresponderam àqueles que eram os objetivos do PSD, o papel que os portugueses lhe confiaram de liderança da oposição é da maior importância.

Um sistema político que seja são precisa de uma oposição forte, desde logo, porque essa é também uma forma de melhorar o trabalho do Governo, tornando-o mais exigente.

O evidente vazio político, potenciado por processos eleitorais internos, torna desequilibrado o sistema que tanto precisa de um bom Governo, como de uma oposição atenta e vigilante.

É neste quadro que se inserem as eleições internas do PSD.

Deste ato eleitoral, espera-se que saia um partido reforçado, cujo líder eleito saiba respeitar a diversidade e a heterogeneidade que sempre caracterizou o PSD.

O facto de haver um Governo com maioria absoluta reforça a importância de haver no Parlamento e fora dele, no maior partido da oposição, uma alternativa que seja credível e real aos olhos das pessoas.

Que saiba denunciar os erros cometidos pelo Governo e que tenha a capacidade de propor soluções para aqueles que são os problemas que as pessoas enfrentam diariamente.

Será fundamental que os próximos anos permitam ao PSD reorganizar-se e construir as suas propostas alternativas àquelas que são as políticas levadas a cabo pelo Governo, de modo a que o sistema político recupere o equilíbrio que lhe tem faltado.

Estas são eleições que importam ao PSD, mas sobretudo importam ao País e aos portugueses.

Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990