Opinião
Regionalizar as Regiões de Turismo
Se queremos ter personalidade como Região de Turismo, temos de pensar em “regionalizar” as regiões, mas escutando as instituições locais
A paridade turística da região de Leiria está, cada vez mais, a ser desagregada com a abolição das referências identitárias da região. Com a criação de uma Região de Turismo enorme, como a Turismo Centro de Portugal, a separação de uma região pelas Comunidades Intermunicipais, para não referir outras, começamos a perder a identidade tão desejada.
Não está em causa o trabalho desenvolvido por estas instituições, mas sim o caminho que é indicado, sem se saber bem por quem e para onde… Vivemos uma confusão enorme, onde misturamos Turismo com interesses turísticos, sem identificar qual o percurso correto para a verdadeira promoção dos pontos de interesse que podem ser valorizados com a chamada “promoção turística”.
Tudo isto faz lembrar a frase popular que refere que é melhor ser uma boa vila que uma má cidade. Interessa promover a riqueza cultural, histórica, natural, social, desportiva e até económica de cada aldeia, cada vila ou cada cidade. E, ter uma região onde o objetivo é promover 100 concelhos, acaba por não ser benéfico para se conseguir uma identidade comum. É impossível promover equitativamente as 100 “regiões”.
A maioria dos cidadãos nem consegue dizer o nome da região a que pertencem e nem imaginam que Leiria e Covilhã fazem parte da mesma região, estando ambas as cidades em pontos opostos, com realidades culturais, sociais e económicas diferentes. A Região Turismo do Centro, sem se saber se é assim que deve ser designada (Região), apresenta ou representa, dentro o seu universo, oito regiões: Ria de Aveiro; Viseu Dão Lafões; Região de Coimbra; Serra da Estrela; Região de Leiria; Médio Tejo; Oeste e Beira Baixa.
O mais recente exemplo, desta forma de defender uma identidade regional, do ponto de vista turístico, foi o enorme espaço que a Turismo do Centro apresentou na Bolsa de Turismo de Lisboa, no qual não se entendia bem quais os concelhos que ali estavam representados, na sua maioria com um pequeno balcão que passou despercebido, tirando a exceção de um carro clássico que estava no centro a promover um Museu, assim como alguns apontamentos momentâneos promovidos pelas CIMs ou municípios.
Se queremos ter personalidade como Região de Turismo, temos de pensar em “regionalizar” as regiões, mas escutando as instituições locais. A união é que faz a força, e não a agregação.