Opinião
Salários mínimos, calimeros e políticas de miséria
Numa das minhas primeiras aulas de Economia, na vetusta escola do Quelhas, em Lisboa, um assistente numa aula prática exemplificava a procura-oferta de mão-de-obra e concluía que um aumento do salário mínimo (SM) ocasionava sempre aumento de desemprego.
Vi logo que estava perante mais uma das muitas situações em que o modelo não adere à realidade. Hoje acredito que pode haver desemprego mas é com aumentos de salários milionários, porque os candidatos são mais que as vagas.
Com salários baixos não falta trabalho, porque um trabalhador bom a ganhar pouco é sempre uma mais-valia para qualquer patrão.
Vem isto a propósito da “tragédia” do SM em Portugal em que se diz que, para além do desemprego que supostamente acarreta a sua subida, também faz diminuir a produtividade e consequentemente faz com que as empresas percam competitividade.
Sobre isto cito um colega (M. Frasquilho), com quem não tenho qualquer afinidade político ideológica, mas que sabe do que diz quando, há poucos dias numa entrevista à Renascença, afirmava que não é pelo aumento do SM que vamos deixar de ser competitivos.
Efectivamente, com o “poucochinho” aumento do SM para 557 euros em 2017, Portugal ainda se situa abaixo ou muito abaixo de países próximos, tais como França (1321), Bélgica (1387) Irlanda (1546), Espanha (707), mesmo a Grécia (684), embora acima ou muito acima da Bulgária (184) da Roménia (218) e de vários outros países mais pobres que nós.
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