Opinião

Sobre a pobreza

9 mai 2019 00:00

Sobra à evidência que o mundo é mal governado.

Há muito tempo que o mundo é dominado por homens. E por homens com características que lhes permitem chegar à liderança. E, no nosso tempo, na sua esmagadora maioria, homens que dominam duas áreas do conhecimento: Direito e Economia.

Sobra à evidência que o mundo é mal governado. A distribuição da riqueza é infame, o sofrimento inútil continua a existir e a ser inútil e injusto. A corrupção continua um mal enraizado e os motivos não mudam: invariavelmente vende-se a alma ao diabo para ter coisas.

Carros caros sobretudo. Um carro caro significa prestígio porque é a prova evidente e ostensiva do “sucesso”, sendo que “sucesso” é ter aquilo que a maioria das pessoas não pode ter – leia-se “eu sou mais esperto, forte e poderoso que o vizinho, logo sou melhor e a prova está aqui nas centenas de milhares de euros de circuitos electrónicos, design, motores silenciosos e estofos inteligentes que me obedecem”.

Mas a corrupção não se alimenta apenas de carros; as casas, as viagens, os barcos, as refeições e viagens exclusivas, no fundo, um mundo paralelo onde apenas uns poucos acedem, é a marca terrena dos “vencedores”, mesmo que para isso – como é comum nos casos de corrupção - se tenha de roubar, prejudicar, esfolar vidas alheias.

Mas se a competição é o ímpeto da vida que nos trouxe desde as trevas até aos nossos dias, seleccionando os “melhores”, hoje somos capazes de reflectir enquanto espécie amarrada num tempo e num planeta comum, sobre o que é ser “melhor” e ser “vencedor”.

A coisa comum – do bairro à escola - da cidade ao continente, a coisa comum é o que nos falta. Tal como as famílias desavindas que se unem quando alguém tomba numa cama de hospital, tal como as tropas inim

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