Opinião
Turismo. Que futuro?
Desenvolver uma rede entre as ofertas que cada concelho possui é a estratégia mais fácil e prática
Monumentos, museus, aldeias, serras, praias, entre muitas outras variáveis do património, fazem a região de Leiria possuir uma oferta turística patrimonial muito diversificada. Todavia, uma das grandes dificuldades da grande parte dos concelhos, com a exceção das zonas balneares durante o período do verão, tem sido “fixar” os visitantes.
Vejamos o exemplo do Mosteiro da Batalha, um dos monumentos do País que mais visitantes recebe. Estes, na sua maioria, visitam o Mosteiro a “correr”. Chegam ao recinto do Mosteiro de autocarro, entram e minutos depois estão a sair, passam, por vezes, numa loja de recordações, embora o monumento tenha uma excelente e renovada loja, e seguem para o autocarro.
Nem os restaurantes, nem os hotéis, nem o comércio local beneficiam com estas visitas, já para não se referir que o turista acaba por entrar num monumento desta importância apenas para tirar a fotografia e sem beber a informação histórica e cultural que o mesmo oferece. Mas, o Mosteiro da Batalha é apenas um exemplo. Outros monumentos há que nem visitantes de autocarro recebem.
É certo que as autarquias têm feito um esforço para aumentar tanto o número de visitantes como o número de pessoas que pernoitam na região. Muitas autarquias têm apostado na dinamização dos seus monumentos e museus com atividades diversas que têm servido, e bem, para aumentar o número de visitantes locais. Até porque, outra grande dificuldade, é conseguir convencer o habitante local a visitar os espaços que o seu concelho oferece. Muito se tem feito e melhorado. Muitas têm sido as apostas na diversificação e oferta turística.
Contudo, nunca se vai conseguir “fixar” temporariamente os turistas que passam pela região enquanto apenas olharmos para umbigo.
Desenvolver uma rede entre as ofertas que cada concelho possui é a estratégia mais fácil e prática. Para tal, tem de existir uma verdadeira estratégia entre um conjunto de entidades que passa pelas autarquias, CIMs, empresários, promotores culturais e, entre outros, o cidadão que não deve ser excluído da sua responsabilidade, sem esquecer a gigante Região de Turismo do Centro com os seus 100 concelhos.
Não pode ser uma estratégia com alguns, tem de ser com todos.