Opinião
Uma nova forma de escravatura
A polícia espanhola deteve, em La Rioja, quatro homens de nacionalidade portuguesa acusados de manterem em condições de semiescravatura 40 trabalhadores também portugueses, a quem haviam aliciado com promessas de um trabalho seguro e bem remunerado.
Estes homens, de acordo com a Guarda Civil espanhola “eram distribuídos por diferentes pontos de La Rioja como mão de obra barata para a realização de diversos trabalhos agrícolas, chegando a fazer jornadas até 10 horas diárias por 50 euros que, na maioria dos casos, se ficavam por 15 euros ou menos, após serem-lhes descontados gastos de alojamento, manutenção, tabaco, álcool e transporte”.
As vítimas pertenciam, como sempre acontece em casos semelhantes, aos excluídos da sociedade. Homens pobres, sem qualificação profissional, muitas vezes dependentes do álcool e sem força para reagir à situação. Ameaçados, mantidos num regime de terror e impedidos de contactar familiares, ficam sujeitos a uma nova forma de escravatura.
As vítimas destes crimes são normalmente oriundas de países estrangeiros, não conhecendo a língua dos locais para onde são levadas, vivendo amontoados em “alojamentos” pertencentes ao “patrão”, alojamentos sem quaisquer condições de higiene e salubridade. Tudo isto os exclui e fragiliza. São tratados como meras coisas, sendo-lhes retirada a dignidade inerente a qualquer ser humano.
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