Viver

A alimentação

25 mar 2016 00:00

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A alimentação era quase sempre pouca carne ou peixe, e poucos legumes.

“O peixe era o alimento do baixo povo” como nos conta Heinrich Friedrich Link no seu livro relatando as suas viagens em Portugal de 1797 a 1799, sobretudo a sardinha, a única espécie abundante e barata, de tal modo que os portugueses com posses a desprezam: “pão, vinho e sardinhas fazem o jantar do soldado, do magala e das classes pobres; vi frequentemente pobres esfregarem uma sardinha contra o pão dos seus filhos para lhe dar sabor” escreve Link.

Muitas famílias só tinham uma sardinha, pão e batatas para um jantar; a mãe comia a cabeça (que nada tinha para comer e o resto era dividido pelos filhos.

“Os pobres costumavam assar sardinhas na rua, servindo-se de alguns pedaços de carvão que eles acendem, obtida prévia licença, no lume de que certos artistas se servem para os seus ofícios” conta ainda Link.

Era enorme a venda de bacalhau.

“Não se pode imaginar a espantosa quantidade de navios ingleses, que só para as necessidades de Lisboa, se ocupam anualmente com o comércio deste artigo, porque o peixe fresco, pela sua carestia, não está ao alcance da bolsa dos mais pobres e mal chega para o consumo dos conventos e dos habitantes mais ricos” de Lisboa.

Isto porque “além das sete longas semanas da Quaresma e do jejum das quatro estações, cada um dos quais dura três dias, há no calendário mais quinze dias de rigorosa abstinência, em que só é permitida uma refeição diária composta de peixe e legumes”.

No entanto, muita gente, não respeita estes mandamentos, “desculpando-se com a falta de saúde que os impede de comer peixe ou indo...

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