Desporto
A rapaziada de Vilar dos Prazeres está a espantar o mundo do futebol
Na primeira vez que disputa o Nacional de iniciados, em futebol, o Vilarense garantiu um lugar na segunda fase da competição.
Há três anos e meio nem futebol de 11 havia em Vilar dos Prazeres. O que existia era um par de equipas de miudinhos, que serviam praticamente como uma desculpa para não se fecharem as sexagenárias portas da sede do Clube Desportivo Vilarense de uma vez por todas, já depois de o futebol sénior se ter finado em meados da década de 90, quando o negócio dos móveis encolheu com a crise.
Hoje, aquele emblema, daquela terra do concelho de Ourém, é notícia por razões bem distintas. Então não é que a equipa de iniciados, que este ano estreia o emblema em competições nacionais, garantiu um lugar na segunda fase do Campeonato Nacional do escalão?
É verdade. Vilar dos Prazeres não tem mais do que cinco centenas de habitantes, mas, do nada, surgiu como um cometa no panorama desportivo do País. A equipa de iniciados, aquela com que foi dado o pontapé de regresso ao futebol a campo inteiro no clube, garantiu, desde já, com sete vitórias, dois empates, zero derrotas e duas jornadas para terminar a série D da fase inaugural da competição, um dos 24 lugares na segunda fase da competição, entre tubarões como o FC Porto, Benfica, Sporting, Sporting de Braga ou Vitória de Guimarães.
E mais, em nove jogos tem apenas um golo sofrido. A única equipa que iguala a performance também veste de azul e branco, mas reside lá para o lado das Antas. “Olhe, se quer que lhe diga, nunca isto me passou pela cabeça. No início da época até nos disseram que ia ser muito complicado, que íamos ser o bombo da festa”, admite o orgulhoso presidente do Vilarense. “Uma vila tão simples e de repente desatámos a ganhar.”
Américo Leal é empresário, mas não é de Vilar dos Prazeres. Casou lá, fez lá vida e fartou-se de ver o clube sem rumo, apenas com ”uma ou duas” equipas de escolinhas. Há três anos decidiu juntar um grupo de empreendedores e pôs o Vilarense a mexer.
Estádio já havia, com “boas condições” para o público, mas deficientes para os jogadores. Tão más, tão más, que os jogos não podem ser lá efectuados. Apesar de ter sido inaugurado em 2005, com tapete artificial e tudo a que teve direito, o campo começou a abater. “Nem a autarquia, nem a empresa construtora resolveram a questão. Pagou-se e não se exigiu”, lamenta o responsável.
E é por isso que estes rapazes, que chegam de vários pontos do distrito de Santarém, nem a honra têm de jogar na terra que orgulhosamente defendem. Os jogos na condição de visitados têm de ser a nove quilómetros, em Seiça, pelo menos até ao início da próxima época.
É que tem havido negociações com os actuais presidente da Câmara e da Junta e será feito o lançamento de um concurso público para se proceder à colocação de um novo relvado artificial, sem altos e baixos, mas a obra dificilmente estará pronta a tempo de ser utilizado no temporada que corre.
Enquanto isso, as vitórias vão continuando. O segredo? Trabalho de casa, assegura o treinador, Fábio Gomes. A época foi pensada com meses de antecedência e houve testes com mais de cinco dezenas de candidatos. Escolheram a dedo e ficou la crème de la crème, pelo que, para os responsáveis do grupo de trabalho não se pode falar propriamente de uma surpresa, esta passagem &ag
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