Sociedade
Ar, terra e água de Fátima à venda… em loja ou na internet
Santuário demarca-se do mais recente produto, o ar, criado por um empresário ucraniano
O “ar abençoado” de Fátima é o mais recente produto de merchandising inspirado naquele santuário mariano.
Na semana passada, o assunto gerou ampla discussão nas redes sociais, na sequência de notícias publicadas sobre o produto, colocado no mercado por um empresário ucraniano.
Mas, este não é o único dos quatro elementos da natureza made in Fátima que pode ser adquirido como lembrança deste lugar considerado sagrado. No mercado - em loja, mas sobretudo, na internet -, há também água e terra anunciadas como sendo de Fátima.
Existem ainda terços alegadamente feitos com sementes apanhadas nos caminhos percorridos pelos pastorinhos.
O presidente da Associação Empresarial Ourém-Fátima (Aciso), Alexandre Marto, frisa que “é preciso não misturar as coisas”, porque estão em causa produtos “completamente distintos”. No caso do ar de Fátima, diz tratar-se de um artigo “claramente humorístico, que nem sequer é original, porque existe em dezenas de cidades do mundo”.
“Não creio que alguém compre uma caixa de ar, pensando que está a adquirir um artigo religioso ou que mereça atenção religiosa. É um artigo com humor. Por ser Fátima, considero uma piada de mau gosto”, afirma o presidente da Aciso.
Em relação à água e à terra, Alexandre Marto nota que essa é uma tradição “muito antiga”, presente noutros locais sagrados como Lourdes ou a Terra Santa.
“Aqui, havia quem fizesse medalhões com terra, mas isso está a cair um pouco em desuso”, acrescenta, revelando que, nos últimos dias, contactou “dezenas” de comerciantes de Fátima e “nenhum está a vender as latas de ar”.
A viver em Portugal há 16 anos, Sergey Pankovets decidiu replicar uma ideia já desenvolvida em várias partes do globo e embalar e vender ar de Portugal.
No caso da Cova da Iria, a inscrição da lata anuncia “ar abençoado de Fátima” e o folheto disponível na página de Facebook da empresa, sediada na Venda do Pinheiro, explica que se trata de uma “forma de reviver o espírito do Santuário de Fátima”.
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