Legislativas 2024

Bloco de Esquerda apresenta manifesto eleitoral para o distrito

1 mar 2024 17:08

Da saúde à habitação, passando pela cultura, mobilidade e coesão territorial, o BE apresenta um conjunto de proposta para o distrito.

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Rafael Henriques é o cabeça-de-lista do BE por Leiria
Ricardo Graça

A candidatura do Bloco de Esquerda pelo círculo Leiria divulgou, esta sexta-feira, o seu manifesto eleitoral para o distrito, com propostas que abrangem áreas como a saúde, habitação, cultura, mobilidade e coesão territorial.

Na área da saúde, o BE defende o fortalecimento do SNS em todo o distrito, combatendo a falta de médicos de família que afecta cerca de 30% da população deste território. Os bloquistas saem ainda em defesa da construção do novo hospital do Oeste no Bombarral, com a manutenção das unidades actuais, reconvertendo-as em respostas de proximidade, como consultas de algumas especialidades, hospital de dia, tratamentos de reabilitação e cuidados continuados.

Ainda na área da saúde, os bloquistas entendem que é necessário “manter o Serviço de Atendimento Permanente” da Marinha Grande, bem como “investimento estrutural no edificado” da Unidade Local de Saúde da Região de Leiria (antigo centro hospitalar), de forma “melhorar a capacidade de resposta em patologias/doenças com incidências e prevalências crescentes”, como doenças oncológicas, cardiovasculares e do foro osteoarticular.

Em relação à educação, o manifesto propõe, por exemplo, o reforço do Politécnico de Leiria, “com aumento das suas valências em função das necessidades do território”, e a concretização de “um plano de emergência” que garanta alojamento a custos controlados “a todos os estudantes deslocados”.

A candidatura do BE por Leiria defende também a reposição e melhoria do acesso a serviços públicos nos concelhos do interior e áreas rurais, o reforço dos orçamentos municipais dos territórios mais afectados pelos incêndios e pelo despovoamento, o alargamento da rede de cuidados continuados no distrito e a criação de uma rede pública de Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI).

No sector da cultura, os bloquistas entendem ser necessário regionalizar os apoios, “como garantia de descentralização da produção e oferta cultural, com reforço de investimento nos concelhos do interior do distrito”, bem como garantir que cada sede de concelho tenha uma sala de cinema e/ou sala de teatro/concertos adequadas. O BE defende também a criação de redes museológicas e “de extensão, com programas activos de exposições no distrito que circulem em cada concelho”.

Para proteger os recursos hídricos da região, o BE pede o “reforço da fiscalização e penalização de todas as actividades poluentes das linhas de água e bacias hidrográficas”, acompanhado pelo aumento da capacidade de tratamento.

Os bloquistas defendem também a salvaguarda da Lagoa de Óbidos, com dragagens permanentes e “regulamentação e planeamento sustentável dos seus usos”. É ainda proposto a realização de cadastro actualizado das infra-estruturas de abastecimento da água e saneamento, com mapeamento distrital das necessidades.

Em termos de ordenamento agro-florestal, os bloquistas propõem a criação de campo de ensaio público para a transição ecológica no norte do distrito, a recuperação das Matas Nacionais de Leiria, Pedrógão e do Urso, a criação de viveiro e banco de sementes publico e a recuperação do corpo de guardas florestais e vigilantes da natureza.

Na área da mobilidade, além da requalificação e electrificação da Linha do Oeste que está em curso, os bloquistas salientam a necessidade de articular o transporte rodoviário e ferroviário e de criar passes mensais intermodais de abrangência sub-regional, semelhante ao Navegante ou Andante em Lisboa e no Porto.

No manifesto distrital do BE é ainda proposta a criação de juízos especializados para a violência doméstica e de centros de referência LGBTI+.