Sociedade

Câmara de Óbidos compra convento de São Miguel por 1,1 milhão de euros

23 dez 2022 09:09

Município justifica aquisição de imóvel nas Gaeiras, que era propriedade da Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM), por se tratar de um património "riquíssimo" e com "enorme potencial".

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Imóvel é datado foi construído no início do séculoXVII
Município de Óbidos

A Câmara de Óbidos vai comprar o Convento de São Miguel, nas Gaeiras, à Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM). A aprovação da alienação do imóvel por 1,1 milhão de euros, a pagar em dez anos, foi tomada na última Assembleia Intermunicipal da OesteCIM.

Citado num comunicado da autarquia, Filipe Daniel, presidente da câmara, alega tratar-se de um “património riquíssimo que justifica este investimento, não só para a sua recuperação, como para a sua salvaguarda”.

O autarca refere ainda que o imóvel tem “condições ímpares para vários projectos municipais, seja na área da museologia, do desenvolvimento comunitário, ou outras, como a do termalismo", que o município quer "explorar”.
Filipe Daniel reconhece que, além da compra, a câmara terá de fazer um “forte investimento” na recuperação do convento, mas, frisa, “quantos mais anos passassem, maior teria de ser a intervenção”.

Datado de inícios do século XVII, o edifício possui a construção típica de um convento franciscano. Em 1994, foi adquirido pela então Associação de Municípios do Oeste, que, quatro anos depois, deu início às obras de recuperação e restauro, concluídas em 2001.

Convento que foi incubadora de empresas

Entre 2009 e 2015, o convento foi utilizado como espaço de incubação, com capacidade para 10 empresas, e serviu como "rampa de lançamento" da estratégia da Obitec – Associação Óbidos Ciência e Tecnologia. Com a conclusão dos edifícios centrais do Parque Tecnológico de Óbidos, em 2015, a sede da Obitec mudou para lá e o convento deixou a função de incubadora.

A par da incubação de empresas, o imóvel tem sido, ao longo dos anos, palco de várias diversas iniciativas locais, como a grande exposição de presépios das Gaeiras e eventos escolares.

O presidente da câmara está convicto que, face à "qualidade e potencial" do imóvel, a compra "valerá a pena", salientando que a proposta de pagamento em dez anos "é equilibrada e não coloca em causa outros investimentos necessários para o concelho”.