Desporto

Craque brasileiro muda-se para Leiria para dar um futuro à família

23 ago 2019 00:00

Anderson dos Santos, andebolista que já alinhou na liga espanhola, chega à Juve Lis com o objectivo de subir de divisão e proporcionar uma vida segura à mulher e à filha.

Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça

Os últimos dias têm sido um misto de emoções para Anderson dos Santos Silva. O jogador brasileiro está de regresso à Europa para um novo projecto andebolístico, mas teve de deixar a família do outro lado do Atlântico. 

Está há uma semana em Leiria, mas as saudades da companheira, Romana, e da filha de dois anos e meio, Aysha, já apertam.

É um andebolista conceituado, inclusive com passagem pela liga espanhola, uma das três melhores do Mundo, onde alinhou no Zamora. 

Uma aventura que só não foi mais bem sucedida porque partiu o cotovelo no decorrer da segunda volta. “Foi difícil. Estive seis meses em Espanha, sozinho, sem poder jogar e longe da família”, recorda o atleta.

Retornou ao Brasil, recuperou da mazela e voltou a jogar pelo clube onde cresceu, o Guarulhos, de São Paulo. 

Voltou a Espanha para jogar num “projecto ambicioso” pelo Maristas Algemesi, mas em Dezembro do ano passado tudo ruiu com um acontecimento “muito triste”, o falecimento do irmão. “Tive de regressar ao Brasil e fiquei lá desde então.”

Agora, é tempo de reiniciar, mas não de qualquer maneira, e a Juve Lis oferece-lhe as condições que considera indispensáveis para poder seguir com o projecto de vida. 

A insegurança, no Brasil, é crescente. Portugal, por seu turno, é considerado o terceiro país mais seguro, segundo o Global Peace Index.

Para quem tem uma menina de dois anos e meio, estes dados não podem ser neglicenciáveis. “No Brasil, as coisas acontecem. Basta ter a infelicidade de estar no lugar errado à hora errada. 

Por isso, estou a agarrar essa oportunidade na Juve Lis. Está me dando a possibilidade de trazer a família. O clube abriu-me as portas de uma forma que não seria possível noutros projectos: de vir para Leiria, não só para jogar, mas também para trabalhar e estudar.”

Mais. A companheira, Romana, também joga andebol e será reforço da equipa feminina. “O clube está ajeitando algumas situações. Entendemos as dificuldades, acredito que em Outubro, principio de Novembro, ela estará cá.”

Esta é, pois, uma oportunidade de o internacional brasileiro estabilizar na Europa, onde sempre teve “vontade de competir”. 

“Estou vindo não só para ser atleta, mas também para dar qualidade de vida para nossa filha. Pelo que vi, é uma cidade muito tranquila e acolhedora, onde se pode dormir com a porta aberta. Só cheguei há uma semana, mas ainda nem vi polícia na rua”, sublinha Anderson.

A família “é a base” da vida do jogador de 31 anos. Por isso, não nega, apesar de se sentir “feliz e grato”, estes últimos dias têm sido difíceis. 

“Deixar a minha filha de dois anos e meio é uma dor muito grande, mas a gente sabe que tem de se sacrificar no início para lá à frente colher coisas boas. O fim-de-semana foi duro, falar com elas pela net e não poder abraçar nem beijar. Espero que esses dois meses voem. Até lá quero criar uma estrutura para quando elas chegarem n&atild

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